terça-feira, 29 de novembro de 2011

Vitória justa... mas sofrida


Mais uma vitória sobre o nosso rival histórico...
Foi uma vitória justa... mas sofrida. Desnecessariamente sofrida, digo eu.
Não foi um jogo muito conseguido, do ponto de vista exibicional, mas teve períodos muito interessantes. Muito tático, com muita luta e nem sempre com o necessário discernimento da nossa parte.
A equipa entrou humilde e com grande determinação. Em resultado disso, Gaitán atirou ao poste direito da baliza do Sporting, quase fazendo um golo que seria extraordinário. A bola, caprichosamente, embateu no poste e cruzou toda a baliza, passando entre Rui Patrício e a linha de golo e saindo pela linha de fundo.
Num jogo de sentido único, mas com o Sporting a responder bem, a espaços, o golo surgiu de um pontapé de canto na esquerda do nosso ataque, aos 41 minutos, com Aimar a bater ao primeiro poste e Javi Garcia a atirar, de cima para baixo, sem hipótese para o guardião adversário.
No regresso do intervalo, foi Cardozo que, depois de sentar, literalmente, os dois centrais do Sporting, chutou forte com o pé esquerdo, descaído sobre a esquerda do nosso ataque, para uma soberba defesa do guarda-redes do Sporting.
Pouco depois caíu a máscara ao árbitro João Capela quando este, numa atitude totalmente desproporcionada, mostrou - com uma enorme pressa... - o 2º cartão amarelo a Cardozo e, consequentemente, o cartão vermelho. Não fosse Cardozo lembrar-se de fazer o gosto ao pé e, assim, retirar a hipótese da lagartagem ainda tentar discutir o jogo...
(Enoja-me, sobremaneira, a vigarice e a chico-espertice que grassa na nossa arbitragem. Mas deu-me um gozo muito grande ver que o Benfica venceu o jogo contra um bom adversário e, mais do que isso, contra um sistema que continua a servir, de forma vil e despudorada, sempre os mesmos!!! Inchem, filhos da puta!!!)
Cardozo, por seu lado, também não tem desculpa. Mesmo tendo razão no lance que protesta - o central lagarto Ony... qualquer coisa não só acotovela Cardozo como também, no momento seguinte, se desvia propositadamente para que o paraguaio caia desapoiado no chão - o nosso jogador não tinha nada que bater com a mão no relvado. E isso porque, como estava bom de ver, Capela ia tentar arranjar forma de pôr o Sporting, pela nona vez consecutiva (!!!), a jogar contra um adversário em inferioridade numérica.
Desde a altura da expulsão até ao final do jogo o adversário, naturalmente, forçou o ritmo e acercou-se com mais intensidade da nossa baliza. A propósito, Artur Moraes esteve geralmente bem, tendo até feito duas intervenções de grande classe. Porém, em outras tantas vezes ia comprometendo, fruto de desatenções que não lhe são habituais. Na defesa, a esquipa esteve bem, devendo destacar-se Jardel que, pouco utilizado, substituíu Luisão, lesionado, e deu uma boa resposta.
Gostei de Javi Garcia (muito certo e, até, empreendedor no ataque), de Aimar e de Witsel, e, mesmo, de Gaitán, que, ao contrário do que é comum acontecer, teve uma postura humilde e foi muito abnegado a defender. Rodrigo, que substituíu Aimar após a expulsão de Cardozo, também não esteve mal, e teria estado melhor se tivesse feito o 2-0 quando, ao cair do pano, foi lançado em profundidade e permitiu uma boa defesa ao guarda-redes adversário.

Porém, continuo a achar que é preciso mais qualquer coisa. Seja qualidade, seja eficiência, seja objectividade...
É que vêm aí muitos e grandes desafios, que vão exigir muito pulmão e coração. Já na próxima 6ª feira, com o Marítimo, para a Taça...




PS - Após o fim do jogo, alguns adeptos do Sporting - que gostam de se dizer bons desportistas e pessoas educadas... - entretiveram-se a dar mostras da sua boa educação e sentido de fair-play e, sem qualquer razão que o justificasse, largaram fogo a uma série de cadeiras, na zona do estádio que lhes fora reservada, e onde eles próprios viram o jogo.
Quer dizer, perderam (e de forma justa!...) o jogo, contaram com a ajuda do árbitro para jogarem meia hora contra dez e disso não tiraram qualquer vantagem, e deram conta da sua javardice queimando cadeiras. De facto, poucas vitórias, nos últimos tempos, me souberam tão bem como esta...

sábado, 26 de novembro de 2011

Apesar de tudo, foi fraquinho...



Os últimos compromissos do nosso futebol tinham graus de dificuldade diferentes: a Naval, para a Taça de Portugal, na Figueira da Foz, e o Manchester United, para a Champion's League, em Old Traford.
Num, e noutro, fiquei com um travor a pouco...

Na Figueira, com a Naval, independentemente do autêntico dilúvio que aconteceu no decurso do jogo, e de ter jogado uma equipa quase só de segundas escolhas, a partida foi muito mal jogada, com inúmeras falhas (técnicas e tácticas...) individuais e colectivas, numa espiral de ansiedade que apenas acalmou com o golo de Rodrigo, já para lá do minuto 70, dois ou três minutos depois de ele ter entrado em campo. E, mesmo assim, ainda se permitiu que a Naval desenhasse algumas jogadas no nosso meio campo defensivo, que poderiam ter tido consequências menos agradáveis...
Enfim, mesmo não querendo ser redutor, tem de admitir-se que foi muito pouco para o que deveria ter sido. O jogo, e o resultado...

Em Manchester a tarefa era de extrema dificuldade. Embora, como continuo a crer, o Benfica tem sempre boas hipóteses de sucesso contra equipas do futebol inglês, essencialmente se souber ser rápido nas acções ofensivas e organizado no desempenho defensivo.
O jogo não podia ter começado melhor para nós. Aos 3 minutos, Gaitán cruzou do lado direito do nosso ataque, depois de uma jogada de bom recorte técnico, colectiva e individualmente, e a bola foi rechaçada pelo central Jones... para dentro da sua baliza!
Até aos 30 minutos o Benfica fez um jogo relativamente conseguido, controlando bem a meio campo e não dando espaços na zona defensiva próxima da grande área. Apesar de tudo, já dentro do último quarto de hora da primeira parte, de um lance de bola parada (livre marcado do lado direito da nossa defesa) nasceu o golo do empate, da cabeça de Berbatov, que apareceu entre os nossos centrais (Luisão deveria ter feito melhor...) a cabecear de cima para baixo, cruzado, para o poste mais longe, não dando hipóteses a Artur Moraes.
Na 2ª parte, à passagem do primeiro quarto de hora, já depois da saída de Luisão, por lesão, Fletcher apareceu nas costas da defesa, acorrendo a uma bola metida no coração da grande área, para marcar o segundo do Manchester. Afortunadamente, logo depois, aos 61 minutos, após uma jogada de insistência na asa esquerda do nosso ataque, Aimar aproveitou um desentendimento entre o guarda redes e o central do United para, já na pequena área, atirar para o fundo das redes, repondo a igualdade.
Até ao final do jogo assistiu-se a um jogo vivo, mas não muito bem jogado, com o Benfica a tentar controlar as operações. Neste particular, a entrada de Matic (para o lugar de Aimar, avançando Witsel para o apoio a Rodrigo...) para fazer companhia a Javi Garcia no meio campo defensivo, surtiu efeito, já que a partir daí não mais o Manchester chegou com verdadeiro perigo à nossa baliza. Foi, até, o Benfica quem poderia ter marcado, em duas ocasiões claras, nomeadamente através de Rodrigo que, ao contrário do que sucedera nos jogos anteriores, não foi tão eficaz quanto tem sido.
Apesar de tudo, ficou a sensação de algum sabor a pouco...
É preciso mais qualquer coisa. E vencer, claro!

Os próximos desafios são de grande dificuldade e vão exigir mais qualidade, mais intensidade e mais eficácia. E o facto de se jogar por mais de uma vez com o mesmo adversário, num curto espaço de tempo, também não ajuda nada...
Para já, vamos ter amanhã o derby. Sem Luisão, quase garantidamente, o que é uma contrariedade de monta. E o adversário está forte...
Vamos a ver.
Mas que é preciso mais, e melhor, disso não há dúvidas...

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Num sobe e desce contínuo...


De Braga a Genebra, uma viagem da medicoridade à normalidade...
De facto, esta frase traduz o que foi o Benfica de Braga (empate 1-1, com o "benfiquista" Pedro Proença a inventar, claramente, um penalty para o braga, numa noite em que a iluminação do estádio tosco faliu por três convenientes vezes, para impedir alguma continuidade na partida...) e o de Genebra, no particular com o Galatasaray (vitória por 2-0, nitidamente escassa para o futebol produzido pelo Benfica...).
Em Braga fomos (quase) miseráveis, sem chama, nem querer, num jogo que poderíamos ter vencido sem grande dificuldade, somando três pontos que nos deixariam na frente do campeonato, isolados. Não quisémos. Porque estivémos quase sempre encolhidos  - em especial na 1ª parte... - e porque aquele energúmeno - a quem alguém, em boa hora, partiu um dente do frontispíco cavalar do dito - inventou, de forma despudorada, um penalty a favor do braga. Que da próxima vez acerte um camião TIR na dentição frontal do animal, são os meus sinceros desejos!!!
O jogo de Braga, além do roubo de Proença, teve aquele filme de terror da iluminação eléctrica estar a falhar de pouco a pouco, impedindo liminarmente que o Benfica pudesse impor algum ritmo ao jogo. E, no final, ainda pudémos apreciar o decrépito Quim, nitidamente ressabiado, a tentar passar a mensagem de que o Benfica não tinha sido a equipa mais consistente. Soou tão a falso o seu testemunho que, mesmo que as estatísticas do jogo não o provassem, à saciedade, a sua postura não deixaria dúvidas a ninguém. Como pode alguém descer a um nível tão degradante?...


Em Genebra, a equipa não fez um grande jogo, mas já esteve a um nível mais próximo do que é o seu valor.
Perante um adversário difícil, com currículo nacional e internacional, e a alinhar com muitos atletas que nem segundas escolhas têm sido, a equipa esteve bem. Apresentou garra, boa atitude táctica e uma apreciável consistência nas movimentações, apenas falhando, de forma preocupante, na finalização. De facto, foram 2-0 apenas; mas poderiam ter sido meia dúzia, porque oportunidades não faltaram.
Gostei de ver Saviola - apareceu renascido, a comandar o jogo de ataque da equipa... - e dos miúdos da formação, em especial de Cafú. Luís Martins não me agradou especialmente, embora também não tenha comprometido. Dos velhinhos, voltei a gostar do Garay e do Artur, estando também Jardel num plano bem aceitável. Já Capdevilla desiludiu-me bastante, pois estava à espera de mais qualidade, de um maior acerto e de uma postura mais autoritária e experiente. Pior do que Capdevilla, no entanto, esteve Emerson, pese o facto de estar a jogar fora do seu lugar habitual.

Sexta-feira temos o jogo com a Naval, para a Taça de Portugal.
Fico a aguardar o que nos trará. Jorge Jesus já anunciou que vai utilizar alguns dos que jogaram em Genebra e isso, atendendo ao que produziram nesse jogo, poderá ser bom para o Benfica.
Mas é preciso não inventar. E, sobretudo, jogar à Benfica: com garra, crença e vontade de ganhar.
E, atenção, a Naval também vai jogar com onze...
Faço votos para que jogue apenas com onze...

sábado, 5 de novembro de 2011

Crónica de um desastre anunciado...

 


Já todos estávamos à espera...
Sabia-se que seria uma questão de tempo até começar a pagar-se pela sobranceria dos nossos jogadores. Ou, dito de forma diferente, sabia-se que, a jogar como o vinhamos fazendo, era certo que viríamos a sofrer dissabores.
Num jogo que, à semelhança dos mais recentes, começou bem para nós, com a equipa a pressionar o adversário e a procurar cedo o golo, voltámos a marcar nos primeiros minutos, durámos meia hora e, depois, desaparecemos por completo. E não pode ter sido por cansaço, certamente, porque ninguém dura apenas meia hora!
O que é facto é que os nossos jogadores andam aburguesados, armados em artistas, a jogar a passo e para trás, sem ambição e a deixar correr o marfim, como se fosse inevitável que as camisolas ganhassem os jogos...
Já tinha aqui escrito, e comentado com os amigos, que o resultado de tal postura seria, necessariamente, o comprometimento dos nossos objectivos. Neste caso, o empate (1-1) com o Basileia, depois de estarmos a vencer desde o quarto minuto, não só nos retirou o apuramento imediato, como também nos desalojou do primeiro lugar do grupo (por troca com o Manchester United), expondo publicamente a falta de atitude e disponibilidade física e mental da equipa e dos seus jogadores (e técnicos também...).
Estiveram alguns a roçar a mediocridade, outros exiberam-se a um nível absolutamente banal, enquanto que, pela positiva, poucos há a referir.


De entre estes, Rodrigo merece referência pelo belo golo que marcou, pelo anterior remate ao poste e pela dinâmica que emprestou ao sector mais avançado da equipa; por outro lado, esteve perdulário em inúmeras situações, a fazer lembrar uns outros que, no passado recente, naquela posição jogaram.
Luisão, Garay e Artur também tiveram prestações positivas, embora com falhas pontuais.
Nos antípodas estiveram Matic, Maxi Pereira (que se passa com ele, a perder infantilmente inúmeras bolas e a comprometer por diversas vezes?...), Gaitán, Witsel, Aimar, Bruno César e Cardozo. Não pressionaram (Cardozo, então, esteve miserável neste aspecto em concreto!...), falharam passes sem conta, complicaram o que era fácil, remataram de forma totalmente despropositada, enfim... estiveram a um nível absolutamente inconcebível!!!
Nolito, quando entrou, ainda deu outro ritmo ao ataque, mas foi sempre um elemento isolado no marasmo geral da equipa.
No banco, Raúl José foi de uma pobreza confrangedora. Estive no estádio, mesmo por trás do banco da nossa equipa, e, que me lembre, só por volta do minuto 85 (talvez mais...) é que o adjunto de Jesus (ausente por castigo) disse qualquer coisa para os jogadores, para dentro do campo!!!!!!...
Depois, quanto às opções técnicas, tem de se questionar, vivamente, a situação da lateral esquerda da nossa defesa. Sejamos honestos: Luís Martins não é, nem de perto, nem de longe, jogador para o Benfica. Pelo menos não o é nesta altura! Melhores do que ele, naquela posição, dispensámos alguns no passado recente. Foi um autêntico furo a defender, foi caricato a atacar (apesar de alguma voluntariedade patenteada...) e esteve sempre perdido em campo, também por falta do apoio de quem fez a ala esquerda do nosso meio campo.
E aqui volta à baila, necessariamente, a questão da não inscrição do Capdevilla na Champions. Como é possível que JJ continue a ter autoridade para impor as suas birras e imbecilidades, depois de já ter ficado provado que só é mestre da treta, e não da táctica?
JJ é um péssimo condutor de homens, um teimoso sem tamanho e um grotesco e inconsequente gabarola que, de cada vez que abre a boca, desprestigia o Benfica e se cobre de ridículo. À conta das suas baboseiras, estamos a começar a ver passar os navios...

O ciclo de jogos que aí vem é de grande dificuldade.
Assim, como estamos, e com as opções assumidas, certamente não vamos conseguir os nossos intentos...