terça-feira, 30 de outubro de 2012

Bom resultado... em meio jogo!


O jogo tinha tudo para ser complicado...
O nosso futebol vinha dando provas de estar bem abaixo do necessário; a equipa estava desfalcada de unidades habitualmente titulares; o adversário tinha a segunda melhor defesa do campeonato (mesmo melhor que a nossa...) e ainda não tinha perdido em sua casa; Jorge Jesus tinha voltado a inventar (trocando Melgarejo por Luisinho, colocando Ola John de início, colocando André Gomes no miolo, no lugar de Enzo Pérez, e este sobre a ala esquerda); e... jogávamos com o equipamento alternativo.
Mas, como se sabe, a lógica não quer nada com o futebol!
 
O jogo começou como têm começado os últimos, ou seja, com o adversário a procurar logo a nossa baliza. Ainda antes de esgotado o primeiro minuto, o Gil Vicente rematou à nossa baliza.
Mas, na resposta, Enzo Pérez foi pelo corredor direito abaixo até que, próximo da área adversária, endossou a bola a Maxi Pereira que, na linha, de imediato, cruzou para a pequena área, onde apareceu Lima, vindo de tràs, a meter a cabeça à bola e a fazer o primeiro golo. Ainda não se tinha esgotado o segundo minuto de jogo. Começar melhor era impossível...
A equipa ensaiou, então, algumas jogadas de bom recorte, sempre focada na baliza adversária. Apesar de tudo, subsistiram algumas imprecisões de passe, sobretudo a meio-campo e, a espaços, vinha ao de cima alguma inconsistência no controle do jogo, que não resultaram em jogadas de perigo porque o adversário também não se encontrava no jogo.
À passagem da meia hora, numa jogada de belo recorte, sobre a esquerda do nosso ataque, envolvendo Luisinho, Enzo Pérez e Lima, este foi à linha final, depois de receber um passe de Enzo Pérez que rasgou a defesa gilista, e cruzou atrasado para o miolo da área, onde apareceu Luisinho, vindo de trás, a encostar o pé esquerdo e a fazer a bola entrar pela segunda vez na baliza dos de Barcelos. Um golo português, na Liga, cerca de dezasseis (!!!) meses depois de um outro português - Nuno Gomes - ter marcado pela última vez um golo luso pela nossa equipa.
 
 
Com o Gil Vicente completamente subjugado, André Gomes ainda fez, no período de compensação da primeira parte, o terceiro golo, num lance de insistência, frente à baliza adversária, depois de um remate de Enzo Pérez que o guradião gilista defendeu, com dificuldade, para a frente. Depois de uma primeira tentativa de André Gomes, de novo rechaçada pelo guarda-redes adversário, o miúdo, por entre guardião e defesas adversários, enviou mesmo a bola para o fundo das redes.
 
 
 
Bom... e o jogo terminou aí...
Sim. Porque, na 2ª parte, voltámos a ver algo parecido com o que foram os últimos jogos. Ou quase...
A equipa limitou-se a controlar, deixou o adversário jogar à vontade, e passou a ir lá à frente apenas esporadicamente.
Numa dessas vezes, Lima poderia ter feito o 4º golo quando, à passagem do minuto 60, foi isolado por Enzo Pérez, ficou na cara do guardião adversário, mas permitiu-lhe a defesa.
Nessa 2ª parte, nem sequer faltou o cunho de Jorge Jesus quando, sem que nada o justificasse, resolveu tirar Matic - o nosso único recuperador de bolas do meio-campo... - para meter Bruno César. Não sei o que queria fazer, mas que conseguiu fragilizar-nos, no miolo, sem dúvida que o conseguiu!... Inacreditável!!!
Acresce que Bruno César não trouxe nada de novo à equipa, o que não surpreende, atendendo à actual forma do jogador...
Daí até final, saíu Lima (aos 75 min.) para a entrada de Rodrigo e, aos 83 min. foi a vez de André Almeida render Cardozo.
Pelo meio, aos 70 minutos, Enzo Pérez foi precipitado e travou, em falta, um adversário que se esgueirava pelo lado direito da nossa defesa, em direcçao à baliza. O árbitro mostrou-lhe o segundo cartão amarelo e, consequentemente, o vermelho. Ficámos a jogar com dez, e isso ainda nos fez encolher mais...
 
O que é curioso é que o jogador que arrancou os dois amarelos a Enzo Pérez, e que aos 20 min. da 1ª parte também já tinha arrancado um a Matic, de nome Pio - que de pio não tem, realmente, nada... - deveria ter visto por duas vezes a cartolina amarela, logo no início da partida, por faltas muito duras - claramente para amarelo!... - cometidas sobre Lima e Enzo Pérez, respectivamente aos 5 e 12 minutos de jogo.
Claro que Vasco Santos, depois de ter sido visto a jantar na noite anterior (6ª feira) num restaurante do Porto, com um destacado dirigente do clube da fruta, cumpriu até onde lhe foi possível o seu papel. Só não pôde deixar de anular um golo ao Gil Vicente, pouco depois do minuto 70, porque este foi marcado com a mão por um jogador dos de Barcelos, num lance que mesmo um cego teria necessáriamente de ver, de tão evidente que foi...
 
No Benfica - que apenas jogou, verdadeiramente, na 1ª parte... - destaco a exibição de Lima, que tem sido um ponta-de-lança à maneira antiga, tem marcado, e tem dado a marcar, tem jogado e tem feito jogar, e me parecer ter sido um belíssimo reforço para a nossa equipa.
Também Enzo Pérez esteve quase sempre bem, construindo e levando a equipa para a frente, embora tenha estado menos certo a defender.
André Gomes esteve bem, mas ainda tem de melhorar muito para poder entrar, de caras, nas contas da equipa. Parece-me que se deslumbrou um pouco, em especial depois do golo e, em consequência disso, perdeu lances que não podia ter perdido, alguns dos quais poderiam ter resultado em maior prejuízo.
Ola John começou a partida muito trapalhão, algo inseguro, mas foi melhorando ao longo do jogo. De tal forma que, depois do meio da primeira parte, raramente perdeu um lance no um-contra-um, e nunca se escondeu no jogo, contribuindo para uma boa dinâmica de ataque. Na segunda parte, como o resto da equipa, baixou de rendimento.
 
 
Matic fez um jogo esforçado e competente, marcando sempre bem os adversários e dobrando os colegas, quer à esquerda, quer à direita. Perdeu alguns lances, mas globalmente esteve bem. Foi substituído não sei porquê...
A defesa esteve quase sempre bem, marcando em cima. No apoio ao ataque, Maxi Pereira e Luisinho destacaram-se. Os centrais, nem por isso. Quando se trata de sair a jogar, qualquer um deles sente dificuldades, optando muitas vezes por passes em profundidade, que resultam pouco. Em relação a Luisinho, esteve também muito bem a defender, e foi rápido a sair para o ataque. Uma bela exibição, que não merecia as palavras infelizes de Jorge Jesus, no flash interview, repetidas depois na conferência de imprensa ("Para aqui chegam. Para a Champions, não. Não me iludo...", disse, mais ou menos assim, referindo-se a Luisinho e Ola John...).
Artur também esteve seguro, mas tem de ser mais prudente em certos lances, onde não se justifica correr riscos... e que podem resultar em grave prejuízo.
Cardozo, bem como os suplentes utilizados (Bruno César, Rodrigo e André Almeida), estiveram abaixo do resto da equipa, e muito abaixo do que eles próprios podem render...
 
Em suma, um bom resultado... em meio jogo!
Um resultado melhor do que a exibição, na globalidade. Para felicidade nossa...

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