quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Vitória, mas... (II)


Em noite europeia, recepção ao Celtic de Glasgow, exibição muito agradável e vitória (2-1) bem merecida.
Mas...
Mas lá tivémos de voltar a passar por alguns sobressaltos, na recta final da partida, depois de inúmeras ocasiões de golo não concretizadas - e de algumas excepcionais defesas do guardião adversário, diga-se, em abono da verdade... - e de sofrermos um golo que não se pode admitir. Muito menos a este nível.
O jogo era uma final, pois só a vitória interessava. De facto, e embora continuemos a ter vida muito difícil (para não dizer outra coisa...), apenas uma vitória nos deixaria ainda em condições de lutar pelo apuramento... em Barcelona. Depois de termos desperdiçado a oportunidade de trazer uma vitória de Glasgow - porque somos muito melhores que os escoceses! - e de Moscovo - onde a relva artificial serviu para justificarmos a nossa miserável exibição! - e de termos jogado mais que encolhidos na recepção ao Barcelona, não tínhamos alternativa senão vencer o jogo da passada 3ª feira.
E a equipa, desta vez, teve atitude e ambição!
Começámos o jogo com uma postura muito determinada e encostámos o Celtic à sua área. Jogámos de forma pressionante e, naturalmente, porque somos melhores e eles são, como sempre disse, técnica, e mesmo taticamente, muito fracos, acabámos por marcar, por Ola John, que apareceu no centro da área a aproveitar uma bola que sobrou da luta entre Cardozo e os centrais escoceses.
Continuámos a jogar bem e em velocidade, e podíamos ter marcado por mais de uma vez, sendo a mais flagrante o remate de Cardozo, de pé esquerdo, já dentro da área do Celtic, isolado por Salvio, de que resultou a bola a sair à malha lateral da baliza adversária.
Não marcámos e, quase de seguida, na sequência de um canto, o Celtic empatou. A bola cruzou a pequena área, com Artur e os centrais a verem-na passar e a deixarem que, ao segundo poste, aparecesse Samaras a cabecear de cima para baixo, fazendo o empate. É certo que existe obstrução a Artur, mas este não pode deixar de resolver o lance, porque, como muito bem sabemos, até nas competições internacionais, os árbitros são sempre muito comedidos quando se trata de julgar lances em que somos claramente lesados. Neste lance, é curioso (e sintomático!...) que os únicos dois jogadores escoceses nas imediações da nossa baliza eram Samaras e Hooper (que fez o bloqueio a Artur...)!
A propósito de arbitragem, Enzo Pérez levou, literalmente, uma cotovelada de um adversário, na sequência da qual ficou estendido no chão, a sangrar abundantemente, com o lábio inferior rasgado de cima abaixo... e o escocês nem amarelo levou!!!
Depois do golo, o Celtic perturbou um pouco o nosso jogo, mas o final da primeira parte trouxe de novo a carga do Benfica sobre as linhas recuadas do Celtic. Ola John e Salvio, ambos por duas vezes, e André Almeida, remataram à baliza adversária, embora sem resultado.
O intervalo chegou, com um resultado bastante injusto, tendo em conta o jogo jogado.
 
 
A segunda parte foi totalmente do Benfica, com um futebol rápido e envolvente, a toda a largura do campo e utilizando as faixas laterais.
As oportunidades de golo seguiam-se umas às outras, com o Celtic a não comseguir sair do seu reduto defensivo.
Assim de memória, Lima rematou para golo mas a bola foi rechaçada sobre a linha de baliza por Mathews, e Enzo Pérez, Luisão, Matic e Lima, de novo, tiveram boas ocasiões para marcar, antes de aparecer o segundo golo.
Finalmente, à passagem do minuto 70, surgiu o golo. Na sequência de um canto, Luisão ganhou a bola de cabeça a um defesa escocês, esta sobrou para Garay que, sobre a direita, encheu o pé e fez um remate indefensável para o guardião adversário.
Pouco depois, Salvio rematou forte, levando a bola a embater, com estrondo, na barra da baliza de Forster. O jogo poderia ter ficado resolvido...
À passagem do minuto 80, Cardozo cobrou um livre em posição frontal, ligeiramente descaído para a direita do nosso ataque, e o guardião adversário correspondeu com mais uma espectacular defesa para canto. E outra vez Cardozo, minutos depois, a rematar forte, novamente para uma extraordinária defesa de Forster.
Até ao fim do jogo, também Gaitán rematou à baliza adversária, mas o remate passou por cima da baliza.
Como não fizémos o terceiro golo, acabámos por sofrer um valente susto quando, no último minuto do tempo de compensação, Watt rematou cruzado, procurando o golo que daria o empate aos escoceses.
É preciso ser mais eficaz e sentenciar os jogos em tempo útil, para não ficarmos à mercê de algum golpe contrário que nos derrube e confine o resultado!
 

Quanto à prestação da equipa, em termos individuais, gostei do André Almeida, que jogou no lugar de Maxi Pereira, tanto a defesa direito, como, depois da saída de Matic, a trinco. Melgarejo esteve em muito bom nível. Artur e os centrais ficam ligados ao golo sofrido (muito consentido!...), embora também estejam ligados ao golo que nos deu a vitória, sendo a assistência de Luisão e o golo de Garay.
Matic voltou a estar em muito bom plano, e Salvio e Ola John, nas alas, e Cardozo e Lima, no miolo do ataque, também estiveram bem. Enzo Pérez esteve mais discreto, mas a verdade é que foi tacticamente esclarecido e muito útil à equipa.
Gaitán e Maxi Pereira, que substituíram Lima e Matic, respectivamente, ao minuto 75 e 80, estiveram abaixo do que podem e sabem. E Jardel, que rendeu Salvio antes do minuto 90, quase não teve quase tempo para tocar na bola...
 
Em suma, uma exibição agradável, uma vitória justa mas que peca por (muito!) escassa.
... E mais uma sessão de massagem cardíaca, na parte final do jogo!

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