sábado, 16 de fevereiro de 2013

Foi bom... o resultado


A 1ª mão dos 1/16 de final da Liga Europa, disputada com o Bayer Leverkusen, em Colónia, na Alemanha, saldou-se por um bom resultado... e numa exibição pobre, embora esforçada.
A vitória (1-0) foi garantida por um golo de Cardozo, numa execução individual de bom nível e com grande frieza. A frieza que não teve no jogo do passado domingo, na Madeira...
 
A equipa surgiu com um desenho diferente: Artur; André Almeira, Luisão, Garay, Melgarejo; Matic, André Gomes, Urreta, Ola John; Gaitán, Cardozo.
Com Gaitán na posição de playmaker, a equipa geriu, com alguma contenção, os primeiros momentos do jogo.
A verdade é que, com André Gomes a jogar perto de Matic, com uma defesa contida nas acções ofensivas, e com os alas - Urreta, na esquerda, e Ola John, na direita... - a ajudarem na cobertura, e ainda com Gaitán a cair na zona onde estava a bola, o futebol do Bayer foi sendo anulado.
Em contrapartida, em termos atacantes, o Benfica foi muito pouco intenso. Só à passagem do quarto de hora é que nos acercámos da baliza adversária, com Ola John a rematar, depois de driblar dois adversários, mas a não acertar na baliza. E no lance imediato, foi Urreta a ser isolado por André Gomes, sobre a esquerda do nosso ataque, mas a precipitar-se na hora do remate, fazendo-o ainda longe da baliza, com pouca força e para as mãos do guarda-redes alemão.
Entretanto, o Bayer ia insistindo, aqui e ali criando algum perigo, que a nossa defesa ia conjurando como podia.
As condições atmosféricas também eram adversas, com o frio e a neve a serem uma constante...
Aos 25 minutos, André Almeida protagonizou talvez o lance de maior perigo da 1ª parte, com um potente remate, de pé direito, que passou um pouco acima da barra da baliza do Bayer.
De resto, e até ao final, apenas mais uma jogada digna de referência, com Matic a ir até à linha de fundo, mas a demorar bastante o passe e a permitir o corte de um defesa adversário, para canto. Do qual nada resultou, como tem sido corrente acontecer...
Ainda antes do intervalo, André Gomes, que estava a fazer um jogo interessante, lesionou-se e teve de ser substituído. Para o seu lugar entrou Enzo Pérez, aos 40 minutos.
Em resumo do que foi a 1ª parte, pode dizer-se que o Benfica conseguiu anular os ataques do Bayer, mas esteve demasiado contido no ataque, embora tenham existido duas boas ocasiões para marcar. Pouco, muito pouco, para as necessidades...
 
 
A 2ª parte começou com toada uma mais forte do adversário, e com a nossa defesa a passar por situações de algum aperto, permitindo remates de relativo perigo que, felizmente, não levaram a melhor direcção.
Nesta fase estava mais difícil trocar a bola, falhando-se passes de forma incrível, fruto de alguma falta de calma.
Nesta fase da partida, o melhor eram os cânticos que os cerca de cinco mil adeptos benfiquistas entoavam, no apoio à equipa. O resto era muito pobre...
Ainda antes de atingir o primeiro quarto de hora da 2ª parte, Urreta foi substituído por Sálvio, passando Ola John para o lado esquerdo e indo o argentino fixar-se sobre a direita.
Pouco depois, aos 62 minutos, e depois de um pontapé de canto em que o Bayer quase marcava, aconteceu o golo do Benfica. Salvio correu pelo flanco direito e entregou em André Almeida, e este fez um passe atrasado, desde as imediações da linha de fundo. Gaitán deixou a bola passar para Cardozo que, depois de a desviar de um defesa e de ficar na cara do guarda-redes adversário, picou-a por cima deste, cruzada, fazendo-a entrar na baliza, do lado contrário. Um belo golo, com um toque de classe que até nem é muito habitual no paraguaio.
A perder, o Bayer reagiu e intensificou o ataque. Nos minutos seguintes, Artur teve trabalho redobrado e, aos 66 minutos, fez duas boas defesas consecutivas, num remate frontal e na recarga à sua primeira defesa, negando o empate aos alemães. Neste lance, existiu alguma permissividade da nossa defesa, nomeadamente dos centrais e do trinco. E passados dois minutos, na sequência de um livre, mais um remate muito perigoso, de cabeça, com a bola a passar ligeiramente por cima da trave da nossa baliza.
Com o Leverkuzen balanceado no ataque, abriram-se mais espaços para podermos jogar, em contra-ataque. E aos 70 minutos, Ola John, isolado na esquerda, por Cardozo, teve ocasião para fazer o 2-0, mas o chapéu acabou por ir cair sobre a malha superior da baliza do Bayer, com o guarda-redes colocado quase sobre a linha limite da sua grande área. Uma oportunidade flagrante, desperdiçada por precipitação do holandês...
Pouco depois dos 70 minutos, Lima substituíu Cardozo no ataque, mas o brasileiro não trouxe muito ao jogo, também porque nesta altura o Benfica já apresentava algum défice físico e defendia mais do que atacava. Este foi o período menos bonito do jogo, com alguma atrapalhação nas tarefas defensivas, muita falta de clarividência e calma nas saídas para o ataque, e uma grande ineficácia nas acções ofensivas. Prova disso foi, novamente, Ola John, aos 82 minutos, quando, isolado por um passe em profundidade de Luisão, ficou na cara do guarda-redes Leno e se deixou antecipar por este, quase sobre a linha limite da grande área, falhando o chapéu que pretendia fazer.
Os últimos minutos foram realmente muito maus, com o Benfica a não conseguir controlar a bola e insistindo nos despejos para o meio campo do Bayer, onde estava Lima, quase sempre sozinho. Nesta fase, ainda aconteceram duas situações de contra-ataque, mas o último passe nunca saiu bem...
Artur, que até essa altura tinha estado bem, quase deitava tudo a perder quando, no primeiro de três minutos de compensação, numa reposição da bola em jogo, a colocou nos pés de um adversário, na zona central do terreno. Valeu a pronta pressão do nosso sector mais recuado...
 
 
E, na última jogada do desafio, num lançamento aéreo, comprido, para a zona da meia-lua da nossa grande área, um atacante alemão isolou, com um passe de cabeça, um companheiro que, à saida de Artur, lhe passou a bola por cima, surgindo Melgarejo, também de cabeça, quase sobre a linha de golo, a despachar a bola pela linha final...
 
Em suma, foi uma vitória muito suada, e muito feliz, num jogo em que fizémos menos do que deveríamos ter feito, embora contra um adversário forte, que ainda não tinha consentido qualquer golo nos jogos europeus, em sua casa.
A eliminatória está longe de estar resolvida e, se quisermos seguir em frente, não poderemos repetir, na Luz, na próxima 5ª feira, a mesma exibição da Alemanha!
Ao contrário do discurso oficial de Jorge Jesus, eu acho que os benfiquistas não menorizam a participação na Liga Europa. Pelo contrário. O Benfica deve entrar em todas as competições, sejam elas quais forem, sempre para ganhar. E, para isso, deve empenhar os seus meios mais adequados.
Apesar de tudo, acho que devemos dar, sempre, a máxima atenção ao campeonato. Essa deve ser a nossa prioridade maior, até porque não nos podemos contentar em ser, apenas, o primeiro dos últimos.
Para evitar isso, é preciso vencer todos os jogos, a começar já pelo do próximo domingo, com a Académica. Como já devia ter acontecido no passado domingo, na Madeira...
Se não jogarmos sempre, do primeiro ao último minuto, no limite das nossas possibilidades, não conseguiremos atingir os nossos objectivos.
 
No Benfica ninguém deve ficar aquém dos seus limites. Só cumprindo essa máxima é que conseguimos chegar aos sucessos já obtidos, que honram a história do clube e que nos enchem de orgulho...

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