Depois de um mês fora de casa, voltei esta noite à Luz.
O jogo com o Olhanense deixava-me de pé atrás, porque, apesar de nunca nos terem vencido, costumam ser incómodos, criar dificuldades e, até, por vezes, tirar-nos alguns pontos. Além disso, Daúto Faquirá construíu uma equipa que costuma ser aguerrida e actuar como um bloco. O Olhanense, aliás, empatara já esta época em Alvalade...
Apesar dos meus receios, um golo marcado pouco mais de vinte segundos após o pontapé de saída, um caudal ofensivo considerável (da nossa parte, claro...) e um segundo golo de Rodrigo ainda dentro do primeiro quarto de hora da partida, deixaram-me bem mais confiante e descansado.
Só que, a partir da meia hora de jogo, o Benfica começou a complicar, a querer adornar em demasia as jogadas, a ser displicente e a falhar passes incríveis no nosso meio campo defensivo, e as coisas começaram a ficar muito pouco agradáveis. E, gradualmente, foram caminhando para a vulgaridade excessiva e, mesmo, para o miserável.
No arranque da segunda parte do jogo, o Olhanense veio mais afoito, acreditando que, se lutasse, poderia causar algum estrago e, logo ao minuto 47, na sequência de um cruzamento feito com todo o à vontade a partir do lado esquerdo da nossa defesa (andavam por ali a passear Bruno César, Matic e, claro, Emerson!...), a bola atravessou lentamente toda a nossa grande área (passou a queimar Luisão e Maxi Pereira...) e Wilson Eduardo adiantou-se a Gaitán (que ali estava quase estacionado junto ao segundo poste) e rematou para o fundo da baliza, sem que Artur Moraes pudesse fazer o que quer que fosse. Foi um autêntico balde de água fria. Não apenas pelo golo do adversário, a reduzir a vantagem no marcador para a margem mínima, mas porque o Benfica, a jogar como estava, iria certamente passar por dificuldades e muito sofrimento até ao fim da partida.
E, de facto, foi assim. Não pelo que o Olhanense tenha jogado, mas antes pelo que o Benfica deveria ter jogado e não jogou.
Em resumo: foi uma segunda parte (... e já a parte final do primeiro tempo tinha sido assim...) miserável, muito sofrida, em que os jogadores pareciam ter desaprendido por completo de jogar futebol, não acertavam uma jogada e, mais grave, refugiavam-se nas jogadas para trás, falhando muitas delas e propiciando as acções ofensivas do adversário.
Acabámos todos com o credo na boca. Embora o Nolito tivesse feito um golo limpo que foi anulado por um fiscal de linha com anti-vermelhite crónica, a qualidade do nosso futebol foi, nesse período e até ao final do jogo, muito aquém do minimamente aceitável.
Em termos individuais, tenho que destacar o Rodrigo, pelo jogo que fez, pelos dois golos que marcou, e pelo modo sempre empenhado com que se entregou à luta.
Também Artur, Garay, Matic, Bruno César e Luisão (mau grado o lance do golo do Olhanense...), estiveram a um nível aceitável. Mas, Gaitán, Aimar, Cardozo e, muito especialmente, Emerson, estiveram muito abaixo do razoável.
As entradas de Witsel, Saviola e, especialmente, Nolito, ainda deram uma outra vida e solidez à equipa. Mas mesmo isso foi muito pouco para as necessidades.
Vêm aí jogos muito complicados, num ciclo curto e inferal, com viagens longas e jogos da selecção pelo meio. E, ou as coisas mudam muito, ou, então, vamos comprometer seriamente os nossos objectivos...
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