Acabei de chegar da Catedral.
Estou extenuado. Não do regresso a casa, mas do cansaço que me provocou assistir ao jogo desta noite. Foi um sofrimento profundo assistir à ansiedade que a equipa revela, à precipitação que os jogadores evidenciam no desenvolvimento das jogadas, enfim... decididamente, foi um exercício impróprio para cardíacos.
Apesar disso, hoje houve mais nervo, mais entrega ao jogo, mais querer, embora a equipa esteja, mesmo, muito longe daquilo que pode, deve e tem de produzir.
O resultado é justo - quanto a mim peca por escasso... - mas a exibição deixa-me com um indisfarsável amargo de boca. Vencer o Braga por 2-0 não é mau. Mas o Braga que esteve hoje na Luz não foi um adversário difícil. Pelo contrário, esteve bem aquém daquele que nos visitou para o campeonato. A nossa defesa deu e sobrou para as (muito) poucas situações de apuro criadas. Mas a construção ofensiva ficou a anos-luz do que reamente tem que ser. Cardozo esteve apagadíssimo. Saviola foi também perdulário e, não fosse o golo apontado, poderíamos dizer que totalmente ineficaz. Aimar apareceu quase apenas no lance do 2º golo, que apontou. Enfim... foi mais uma exibição em que prevaleceu a precipitação, o atabalhoamento e a pouca eficácia, reincidentemente vistos esta época. E onde esteve sempre presente o sofrimento do costume, claro...
É verdade que o mau momento deixa os jogadores ansiosos e em crise de confiança. Mas dá que pensar como é que profissionais com a experiência, a classe e a qualidade, inquestionáveis, dos nossos jogadores, falham passes a cinco metros, chegam quase sempre mais tarde à bola, fazem faltas desnecessárias em zonas proibidas, falham execuções técnicas simples e ocasiões de golo incríveis.
Há que inverter a situação, urgentemente, sob pena de se hipotecar em absoluto o que resta da época. E nós, sócios e adeptos, temos de assumir um papel decisivo nessa inversão, porque, tal como devemos apoiar de forma apaixonada, também devemos ser exigentes e vigilantes para que ninguém se deixe adormecer. O facto é que as mais recentes manifestações de desagrado tiveram alguma consequência, vendo-se hoje uma atitude já mais consentânea com o que seria natural acontecer.
De positivo, tenho que referir a postura de Jorge Jesus, quer na antevisão ao jogo, quer depois do mesmo, nomeadamente ao dar o peito às balas e assumir as responsabilidades pelo menos bom momento da equipa, inclusivamente assumindo que o facto de alguns jogadores não estarem a corresponder ao esperado é culpa sua, por ser ele quem os treina durante a semana e quem decide pô-los a jogar, em detrimento de outros.
Também tem que se considerar positivo o facto de ter ficado provado que temos uma alternativa real, de qualidade, para a nossa baliza. Júlio César esteve absolutamente impecável.
Por último, registo ainda como altamente positivo o apoio que foi dado à equipa durante todo o jogo, mau grado a exibição ter ficado muito aquém do desejado, e de ter sido uma vitória altamente sofrida.
Será que as coisas podem começar, realmente, a mudar?...
Vamos lá, todos, cumprir o lema: E pluribus unum!!!
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