segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Vitória gorda... com os erros do costume


... Para não variar, claro...

Da partida da passada 6ª feira, com o Rio Ave, ficou um bom resultado, num jogo que me voltou a deixar preocupado.
Preocupado, porque voltámos a sofrer um golo absolutamente evitável, de uma equipa que, simplesmente, não o podia ter marcado... porque não estava a jogar para isso. Mais uma vez os adversários a passearem nas imediações da nossa área, sem que ninguém lhes saísse ao caminho, com um deles a marcar, de bico, num lance em que Artur também me parece mal batido.
Preocupado, porque mesmo depois de sofrermos o golo, continuámos a jogar quase sempre a passo, pelo meio do terreno, afunilando o jogo, com pouca objectividade e sem grande determinação.
Preocupado, porque só empatámos na sequência de um penalty, convertido por Cardozo, e só nos colocámos na frente do marcador na sequência de uma jogada individual de um jogador - Nolito - que foi excepção, em termos de querer, de garra e de crença...
Preocupado, finalmente, porque mesmo depois de estarmos com uma vantagem confortável no marcador, jogámos com uma intranquilidade incompreensível, falhando passes impensáveis e perdendo a bola em zonas proibidas, numa demonstração de sobranceria e de falta de humildade, mas também de insegurança e falta de confiança.

Com 3-1 ao intervalo, e com a 2ª parte a começar com o 4-1, marcado pelo Garay, na sequência de mais um lance de bola parada, a equipa tinha tudo para fazer um jogo tranquilo e uma boa exibição.
Em vez disso, vimos passes falhados uns atrás dos outros, bolas perdidas - algumas, até, entregues aos adversários de bandeja... - em zonas proibídas, permitindo jogadas de algum perigo para a nossa baliza, e uma apatia e desinteresse no jogo, em especial do meio campo para a frente.
Não sei como é possível estar a este nível, depois do jogo estar resolvido, em nossa casa, perante o nosso público, no último jogo do ano. Sinceramente, não sei. Mas que há que fazer qualquer coisa, lá isso há!...

Apesar do resultado, não tenho grandes referências individuais a fazer.
(Aliás, o culto das individualidades, a troco da desvalorização do colectivo, parece-me ser uma das grandes pechas desta equipa. No fundo, temos quem se ache artista e se comporte como tal, e não temos muitos que se assumam, realmente, como operários. Eu, gostaria de poder ter na equipa artistas-operários. Mas, não sendo possível ter os dois-em-um, então prefiro, sem dúvida, os operários...).


Pela positiva, é imperioso referir Nolito. Pelos golos que marcou, pelas jogadas que protagonizou, mas, sobretudo, pela garra com que jogou... o jogo todo. Um jogador que, depois de ter marcado o 5-1, continua a correr e a pressionar os adversários como se estivesse empatado, ou a perder, é, decididamente, um jogador à Benfica.
Aimar também esteve num plano aceitável, tal como Cardozo, Javi Garcia, Jardel e Garay. Mas, apenas e só em plano aceitável, ou seja, aquém do exigível a quem veste o Manto Sagrado.
Saviola - que marcou um bonito golo, depois de um passe de calcanhar de Aimar, na sequência de (mais) uma assistência de Nolito - continua longe do jogador que já foi. Witsel esteve apagadíssimo. Maxi Pereira também não esteve nos seus dias, tal como Emerson (embora deste se possa dizer, infelizmente, que esteve muito próximo do que têm sido os seus dias...). Os que foram lançados mais tarde no jogo (Gaitán, Rodrigo e Nélson Oliveira) também não estiveram a um nível que mereça qualquer destaque. Destes, Rodrigo esteve mexido, mas Nélson Oliveira e, em especial, Gaitán, estiveram muitos furos abaixo daquilo que a equipa precisa.

Enfim... vou passar o Natal relativamente satisfeito com a carreira da equipa - embora não esqueça a eliminação da Taça!... -  mas muito preocupado com o seu rendimento e com os resultados que daí podem advir.
Mas, há que manter acesa a chama imensa...

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