segunda-feira, 23 de abril de 2012

Vitória fácil... e a jogar futebol!


... A jogar futebol!
A vitória sobre o Marítimo (4-1) foi justa, clara, sem espinhas, e obtida com a equipa a jogar bom futebol...
Foi uma vitória à Benfica!

Quando se soube a constituição da equipa, ficou-se em suspenso. Jorge Jesus mudava, de uma assentada, 3 das pedras de que não abdicara durante a época: Emerson, Javi Garcia e Gaitán. Nos seus lugares apareceram Capdevilla, Matic e Nolito. Uma equipa para agradar aos sócios? Ou (finalmente!...) um sinal de estar a ser mais pragmático e menos casmurro?
O que é facto é que a equipa apareceu a jogar com muita intensidade, em pressing constante, com um futebol variado e explorando bem as faixas laterais, onde Nolito e Bruno César, apoiados por Capdevilla e Maxi Pereira, criavam uma dinâmica que colocava inúmeros problemas às linhas recuadas do Marítimo. A equipa madeirense passou os primeiros quinze minutos sem sequer passar a linha divisória do meio campo, com o Benfica a criar uma série de boas ocasiões de concretização. Saviola rematou ao poste, à passagem do minuto 4, e logo depois Luisão e Cardozo estiveram prestes a marcar.
Até que, à passagem dos quinze minutos, Aimar recebeu um passe da direita, de Maxi Pereira, tocou atrasado para o coração da grande área, onde apareceu Nolito a rematar de pé esquerdo, de primeira, rasteiro, para o fundo da baliza de Peçanha. E o mesmo Nolito, quatro minutos mais tarde, foi isolado por um passe magistral de Saviola e, à saída do guarda redes brasileiro do Marítimo, tocou a bola por cima, fazendo um chapéu perfeito e um golo de belo efeito.


Perto da meia hora de jogo surgiu mais uma grande oportunidade para aumentar o marcador, com Cardozo, sobre a esquerda, a receber uma bola da direita, de Bruno César, e a meter de primeira para o centro da área, onde Saviola rematou bem, à meia volta, com a bola a embater num defensor do Marítimo.
Alguns minutos depois, nova investida pela direita, agora de Maxi Pereira, e a bola cruzada para o interior da pequena área, onde um defesa se antecipa a Cardozo, quando este se aprestava para rematar para o fundo da baliza do Marítimo.
E logo depois, perto do final da primeira parte, mais duas excelentes ocasiões, na sequência de bonitas jogadas de futebol, com Capdevilla a ser isolado por Saviola e a rematar de primeira, para uma grande defesa de Peçanha, e com Bruno César a rematar colocado, obrigando Peçanha a esticar-se todo para defender, bem junto ao poste esquerdo da sua baliza.
Apesar do ritmo ter abrandado um pouco no final da 1ª parte, o resultado era curto para tantas oportunidades criadas...


No regresso dos balneários, o Marítimo apareceu muito mais atrevido e, para não variar, lá sofremos o golito da ordem, em mais uma desatenção do nosso sector recuado, com o Sami a descobrir um buraco na zona central da nossa defesa, apanhada em contra-pé, para rematar (meio no ar, meio na bola...) atabalhoadamente, fazendo-a passar entre Bruno César (que entretanto acudira àquela zona...) e Artur, e encaminhar-se lentamente para a nossa baliza, vazia.
O Marítimo, mesmo sem jogar grande coisa, tentava intranquilizar a nossa equipa, saindo agora mais veloz para o ataque. Durante alguns momentos não estivémos como devíamos, falhando alguns passes e incorrendo em alguns descuidos tácticos e posicionais. Nessa altura, quando foi preciso, Artur esteve sempre bem...
Entretanto, vendo que a equipa começava a estar mais fragilizada no miolo (Matic estava agora mais sozinho, por falta de frescura física de Aimar e Saviola...), Jorge Jesus fez sair os dois atacantes argentinos e colocou em campo Javi Garcia e Rodrigo. E a equipa ficou bem melhor daí em diante.
Resultados mais imediatos não era possível, já que na primeira vez que tocou na bola, Rodrigo marcou o terceiro golo, encostando o pé, em plena pequena área, frente à baliza, após uma assistência perfeita de Nolito, da esquerda do nosso ataque.
E apenas cinco minutos depois, Bruno César arrumou com a questão, após mais uma bonita jogada do nosso ataque, que culminou com um passe soberbo de Nolito (mais um!...) que, da esquerda, fez a bola cruzar toda a grande área, rasgando por entre a defesa do Marítimo e indo cair no pé do brasileiro que, com muita classe, ajeitou para o pé esquerdo, e com esse mesmo fuzilou Peçanha, obtendo um golo de belo efeito.

O homem do jogo foi, claramente, Nolito. Marcou os dois primeiros golos do encontro, e deu a marcar os outros dois. Uma exibição de grande nível. É, sem dúvida, um desequilibrador nato...
E é pena que tenha estado num momento menos bom de forma quando a equipa precisou da sua criatividade...


De resto, também Artur, Maxi Pereira, Capdevilla, Matic e Bruno César, estiveram bastante bem. Aimar e Saviola, enquanto duraram, fizeram boas exibições. Luisão, Garay e Cardozo não estiveram particularmente felizes. Rodrigo esteve bem, embora tivesse sido algo perdulário e, em algumas situações, um pouco egoísta. Javi Garcia cumpriu bem a função de ajudar a parar o meio campo do Marítimo. Nélson Oliveira não esteve muito em jogo, talvez porque quando entrou a equipa já tinha o jogo resolvido e jogava com menor fulgor e intensidade.

(Não notei as ausências de Gaitán e de... Emerson.)

Jogámos bom futebol e, embora não isentos de erros, mostrámos uma equipa que muitas vezes não fomos ao longo da época. E tínhamos que ter sido, porque temos valor, individual e colectivo, para isso!
Durante este jogo, dei por mim muitas vezes a murmurar: "Porra, é tão fácil jogar futebol!..."
Por isso ainda me custa mais termos deixado escapar um campeonato que tinha sido tão fácil de vencer...

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