Fácil!!!
Acabou por ser fácil...
O jogo com a Académica, detentora da Taça de Portugal, depois de ter batido na final o Sporting, parecia poder ser de alguma dificuldade. Afinal, acabou por se traduzir numa vitória (4-0) inquestionável, tornada fácil pelo modo sério e determinado como a equipa abordou o jogo.
Foram 4-0, com 3-0 ao intervalo, mas podiam ter sido, sem qualquer tipo de exagero, sete ou oito...
O primeiro golo apareceu logo aos 5 minutos, por Ola John, que rematou à entrada da área, descaído sobre a esquerda do nosso ataque, após passe atrasado de Lima, desde as imediações do poste direito da baliza da Académica. Mas, antes disso, logo aos 2 minutos, Cardozo poderia ter marcado, também a passe de Lima; valeu o defesa João Dias a desviar o remate pela linha de fundo, quando a bola já entrava na baliza.
Aos 8 minutos, foi o próprio Lima quem fez o 2-0, acorrendo a um passe de Matic que, depois de um bom trabalho na linha final, na esquerda do nosso ataque, serviu a bola para o bico da pequena área, para ser encaminhada para o fundo das redes.
O jogo continuou a ter sentido único, embora a Académico tentasse fazer pela vida.
(Contudo, foi nesta fase da partida que ocorreu aquilo que me impeliu a usar, no título do post, o termo difícil. Adiante se perceberá melhor...)
Pouco antes da meia hora de jogo, Lima foi solicitado sobre a direita do nosso ataque, desmarcou-se, adiantou-se à defesa adversária e, à saída de Peiser, fez um remate em arco, não dando hipóteses ao guardião academista, que bem se esticou para desviar a bola, mas acabou por vê-la morrer no fundo da baliza.
E antes do final da 1ª parte, o mesmo Lima, no eixo do nosso ataque, acorreu a um passe do nosso meio-campo e, de cabeça, desviou para a direita do ataque, isolando Cardozo. Este, à saída de Peiser, não conseguiu desviar a bola, permitindo uma defesa de recurso, com a bola a sair rechaçada para a linha de fundo.
Na 2ª parte o jogo conheceu uma toada mais contida, com a Académica a tentar reduzir a desvantagem e o Benfica a controlar.
Pouco depois do primeiro quarto de hora, Gaitán e Carlos Martins entraram para os lugares de Ola John e Cardozo, e o jogo ganhou alguma vivacidade.
Cerca dos 70 minutos, Sálvio envolveu-se numa triangulação na zona central do terreno e, depois de receber a bola, rumou à grande área da Académica, driblando três adversários e, à saída de Peiser, rematou em arco, para o fundo das redes. Um belo golo, numa fase em que o jogo voltava a estar mais animado.
À entrada do último quarto de hora, Jesus fez entrar Kardec para o lugar de Lima, que recebeu uma grande, e justificada, ovação. Kardec que, pouco depois dos 80 minutos, já dentro da área, e ligeiramente descaído sobre a direita, teve uma excelente ocasião para ampliar o marcador, acabando a bola por sair a rasar o poste esquerdo da baliza de Peiser.
E, nas jogadas imediatas, foram Enzo Pérez e Nico Gaitán que tiveram o golo nos pés, mas acabaram por não conseguir concretizar. No caso de Enzo Pérez, o remate acabou por ser desviado pelo guarda-redes adversário pela linha final. Com Gaitán, este, descaído para a esquerda do nosso ataque, à entrada da pequena área, apenas com Peiser pela frente, desviou a bola do guardião adversário, mas esta foi, caprichosamente, sair ligeiramente ao lado do poste esquerdo da baliza da Académica.
Lima foi, sem dúvida, o homem do jogo. Marcou por duas vezes, assistiu Ola John para o primeiro golo, assistiu Cardozo para o que poderia (deveria...) ter sido um belo golo, e esteve sempre muito interventivo, fosse a sair a jogar, fosse a fechar, quando a equipa não tinha a bola.
Sálvio, Ola Jonh e Matic, também estiveram bem, embora com intermitências na sua produção. Na defesa, Jardel, Luisão e André Almeida estiveram geralmente bem, tal como Artur que, neste jogo, ao contrário dos dois anteriores, não comprometeu, e acabou, até, por fazer uma defesa mais apertada, a um remate de longe. Melgarejo está numa fase menos boa, e começa a revelar uma intranquilidade que estava arredada há muito tempo.
Enzo Pérez e Cardozo, que têm estado mais ou menos regulares, fizeram um jogo muito abaixo das suas reais possibilidades. Enzo Pérez está a voltar a uma fase em que apareceu a jogar um futebol quezilento, muito ao estilo sul-americano...
Gaitán, Carlos Martins e Kardec, suplentes utilizados, cumpriram o seu papel. Carlos Martins está ainda (muito...) longe do que pode fazer. Gaitán e Kardec ficam marcados pelas falhas de que foram protagonistas.
Agora, o... difícil!
De facto, é-me muito difícil entender porque é que, uma equipa como o Benfica, com o jogo praticamente resolvido, jogadores como Enzo Pérez, Melgarejo, Matic, Ola Jonh, Salvio... cometem erros tão primários como sejam: ao sair a jogar, entregar a bola ao adversário (!) que está a 5 metros de si; ao ser destinatário de um passe, ficar parado, deixando o adversário chegar (sempre!...) primeiro à bola; ou, em situação de condução da bola, optar (quase invariavelmente...) por passes de risco, desnecessariamente, ou por jogadas individuais que (quase sempre!...) acabam em perda de bola...
Também me é muito difícil aceitar que, numa equipa como o Benfica, jogadas e situações potencialmente vantajosas para a equipa, sejam transformadas em situações de risco, ou se perca a situação de vantagem. De facto, têm sido inúmeras as vezes em que uma jogada de contra-ataque, um canto a nosso favor, um livre ou uma reposição de linha lateral, originam uma jogada em que a equipa se movimenta em direcção... à baliza contrária!!!
Jorge Jesus, mesmo com a equipa a vencer por 2-0, estava desesperado com certas coisas que iam acontecendo no jogo. E tinha razões para isso.
Eu também!
É preciso ser (muito) mais consistente e, sobretudo, constante.
Este discurso pode parecer um contra-senso depois de uma inequívoca vitória por 4-0. Mas é justificado. E legítimo. E acautelado...
Vamos a ver se corrigimos isso já amanhã (hoje), com o Moreirense.
(E é bom não esquecer que já lá estivémos quase a perder, esta época, e só trouxemos o empate, conseguido a muito custo, já sobre o final da partida...)
Sejam Benfica!!!
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