quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Houve Benfica!!!... em metade do jogo...


A minha dúvida esclareceu-se... após a meia hora inicial do dérby da passada 2ª feira.
A vitória (3-1) em Alvalade, teve tanto de merecida como de sofrida. É que, só após o golo adversário, à passagem da meia hora da 1ª parte, é que começámos a entrar no jogo.
 
De facto, a primeira meia hora de jogo mostrou um Benfica completamente adormecido,  a deixar o adversário jogar à sua vontade e a chegar primeiro à bola, urdindo o seu futebol como lhe apetecia. Nesse período, como tem sempre acontecido em todos os jogos, não pressionámos, falhámos passes em catadupa, fomos lentos e previsíveis, e cometemos falhas tácticas e erros de posicionamento em demasia.
O nosso lado direito esteve particularmente ineficaz - e mesmo irritante!... - com Maxi Pereira e Sálvio a acumularem sucessivas jogadas comprometedoras, tanto na manobra ofensiva como na defensiva. Sálvio, então, irritou-me sobremaneira porque, nos primeiros vinte minutos, não teve uma única acção acertada! E Maxi Pereira completava o desastre, permitindo que o ala e o interior adversários jogassem sem serem importunados pelo nosso lado direito. Aliás, foi de um cruzamento desse lado que nasceu o golo de Wolfswinkel, que se antecipou à nossa defesa e meteu o pé à bola, a ver o que dava, acabando por ter a sorte de a ver dirigir-se para o fundo da baliza, pelo único buraco possível...
A verdade é que, até essa altura, nem sequer se podia dizer que havia Sporting a mais. O que havia era, inequívocamente, Benfica a menos!!!
 
O golo sofrido acabou por ter um efeito positivo na equipa, uma vez que daí em diante o Benfica apareceu a dominar e à procura de inverter o resultado.
Na verdade, mesmo antes do golo adversário, a equipa já começara a aparecer com mais acutilância e perigo na frente de ataque, embora as acções ofensivas fossem sempre muito lentas e previsíveis. Lima, por duas vezes, Cardozo e Ola John já tinham tentado a concretização...
Até ao final da etapa inicial, o Benfica esteve por duas vezes na iminência de marcar, por Lima, que rematou com muito perigo levando a bola a passar rente ao poste esquerdo da baliza de Rui Patrício, e por Cardozo, que rematou forte para uma defesa incompleta do guardião adversário, falhando Maxi Pereira, por pouco, a recarga vitoriosa. Existiram ainda mais duas ocasiões de algum perigo, num cruzamento de Cardozo a que Sálvio chegou atrasado, e num remate de Cardozo, na transformação de um livre em posição frontal, com a bola a passar por cima da baliza do Sporting.
 
 
 
Depois do intervalo, o Benfica veio muito mais determinado, rápido sobre a bola e a variar o seu futebol, com André Gomes a distribuir e os alas a levarem a bola pelos flancos.
Pouco depois do recomeço, Lima rematou forte, levando a bola a passar outra vez muito perto do alvo.
E, antes de se concluir o primeiro quarto de hora da segunda parte, Ola John cruzou da esquerda, Cardozo saltou e cabeceou entre os centrais do Sporting, encaminhando a bola para a baliza. Esta acabou por tabelar em Rojo, por duas vezes 8 na cabeça e no braço...) e entrar na baliza adversária. Finalmente, o Benfica conseguia materializar o seu domínio no jogo...
A equipa continuou a carregar, e o adversário pareceu quebrar, anímica e fisicamente.
Pouco depois do golo, Maxi Pereira e Sálvio remataram no seu flanco, sendo que o remate de Sálvio foi desviado para canto por Rojo, quando se encaminhava para a baliza. Na sequência do canto, Garay entrou à bola de cabeça, fazendo esta esbarrar no poste esquerdo da baliza de Rui Patrício...
O Benfica continuava a jogar de forma envolvente - e, agora, com mais velocidade... - com Ola John, Lima e Sálvio, lá na frente, e André Gomes mais atrás, com o apoio dos dois laterais e, mesmo, dos centrais, a imprimirem um ritmo de jogo constante, que o Sporting tinha muita dificuldade em acompanhar, tendo de recorrer a muitas faltas para parar os nossos jogadores.
Pelo meio, e contra a corrente do jogo, um remate de Insua, muito consentido sobre o nosso lado direito, acabou por surpreender e levar a bola ao poste da baliza de Artur...
Mas, na sequência do caudal ofensivo do Benfica, ainda antes do minuto 80, Sálvio, sobre a direita do nosso ataque, servido por Ola John, rematou para a baliza, onde já não estava Rui Patrício, e o remate acabou por ser desviado por Boulahrouz, com a mão, fechada, em punho, por cima da barra. Penalty, como não podia deixar de ser, e expulsão do central do Sporting. Na marcação, Cardozo fez golo, com muita calma e classe, deitando o guardião para o seu lado esquerdo e colocando a bola, sem hipótese de defesa, no canto oposto.
Após o golo, J. Jesus fez entrar Gaitán para o lugar de Ola John. Na altura pareceu-me pouco apropriada a substituição, até porque Ola John estava a ser um dos melhores em campo e vinha sendo determinante na reviravolta no resultado. Mas, a verdade é que Gaitán entrou muito bem, veloz e incisivo, disso beneficiando a qualidade do nosso jogo atacante.
O facto é que Gaitán amarelou dois adversários, ganhou uma série de faltas nas imediações da área do Sporting, sendo que uma delas, cobrada por Sálvio, permitiu a Cardozo, numa entrada fulgurante, de cabeça, no coração da grande área, a obtenção do terceiro golo do Benfica, à passagem do minuto 86.
Estava consumada a vitória. Justa, mas sofrida, num jogo do qual estivémos ausentes na primeira meia hora...
Até ao final do jogo, com o adversário completamente rendido e manietado, ainda houve tempo para André Almeida e Rodrigo substituirem Sálvio e Cardozo, e para Lima tentar a sua sorte, num livre em que a bola ficou caprichosamente presa na barreira.
 
 
O destaque individual tem de ir para Cardozo, que esteve nos três golos, mas também para André Gomes (que esteve muito seguro a controlar e a fazer circular a bola), Ola John, Lima e Sálvio, na 2ª parte (pela movimentação, veloz e criativa, que incutiram ao nosso jogo, pós-minuto 30...), bem como para a generalidade da linha defensiva, embora Garay tenha tido uma falha (que deu golo...) e Maxi Pereira tenha comprometido, na parte inicial do jogo. Jardel e Melgarejo estiveram nuito sóbrios, seguros e eficazes, tal como Matic, a garantir a consistência defensiva. Artur esteve seguro, dando confiança à equipa.
 
Em resumo, um bom jogo... nos dois terços finais da partida.
A atitude e postura iniciais da equipa, não podem repetir-se. Pelo contrário, temos que jogar sempre do modo como jogámos a partir do minuto 30 da primeira parte. Se quisermos atingir os nossos objectivos, claro!
 
Agora vem aí o Marítimo, em casa, para a Liga, e o Olhanense, no Algarve, para a Taça da Liga.
São dois jogos em que vamos ter de estar concentrados e continuamente empenhados, para podermos atingir os nossos desiredatos.
É preciso continuar a haver Benfica. Mas tem de ser SEMPRE!!!...

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