segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Confirmação...



... De que este ano vai ser muito difícil de suportar... pela falta de qualidade do futebol jogado, pela falta de querer e de raça da equipa, pela inconsistência e macieza da nossa acção colectiva.
 
Mas, também, confirmação de que o Benfica vai ser o abono de família dos pobres e desvalidos do futebol nacional, e não só!...
"Não marcas golos? Então vem jogar connosco..."
"Não ganhas desde a pré-história? Então vem jogar connosco..."
"Não te deixam respirar nos jogos que tens realizado? Então vem jogar connosco..."
 
Pode parecer um exagero, mas não é!
Basta lembrar o passado mais recente, e logo se confirma que nós somos uns amigalhaços...
Que o digam, por exemplo, Bordéus, Levante, Nice, S. Paulo, Marítimo, Gil Vicente ou Paços de Ferreira. Ou, mesmo, a equipa B do Zbórdem...
... É verdade que não perdemos com todos eles - e também não faltava mais nada!... - mas os empates e as vitórias tangenciais, e miseráveis!, foram quase como se de derrotas se tratassem...
 
Ontem, recebemos o Paços de Ferreira, na nossa casa. Com zero pontos, zero golos marcados, depois de dois jogos em casa e um fora.
O jogo até começou mais ou menos bem, porque logo aos 5 minutos, depois de uma boa jogada, sobre a esquerda do nosso ataque, Lima cruzou para o centro da área, onde Cardozo, bem marcado, não chegou à bola, aparecendo-lhe nas costas Enzo Pérez a rematar, decidido, para o fundo da baliza do Paços.
Claro que a nossa costumeira bonomia permitiu que o adversário se empertigasse um pouco, dando-lhe espaço para jogar e rematar à nossa baliza.
Mas, aos 22 minutos, na marcação de um livre, uma jogada de laboratório - uma bonita dupla triangulação, em que intervieram Cardozo, Enzo Pérez e Markovic - permitiu a Garay, sobre a linha de pequena área, fazer o 2-0.
Porém, a verdade é que o nosso futebol foi sempre muito mastigado, lento, previsível, cinzentão...
Até ao intervalo, destaque apenas para um passe de morte de Cardozo, para Lima, sobre a meia lua da pequena área, com este, apenas com o guarda-redes adversário pela frente, a permitir a defesa do argentino do Paços de Ferreira.
O intervalo não fez bem nenhum à equipa, que veio ainda mais displicente e pouco empenhada. Foi, portanto, sem surpresa - mas também sem que nada o justificasse!... - que o adversário reduziu para a diferença mínima, através de um remate ligeiramente descaído para a esquerda da nossa defesa, depois de um passe para um atacante do Paços, feito desde o seu meio-campo, que passou perto da cabeça de Garay, sem que este fizesse menção de o interceptar, e foi cair nas costas de Luisão, com Artur a meio caminho entre nada e coisa nenhuma.
(A propósito, o Benfica precisa, mesmo, de um guarda-redes...)
Um golo assim só podia ter sido sofrido pelo Benfica. Ninguém mais sofre golos daqueles!...
O que nos valeu foi que, dois minutos depois, aos 52, na sequência de um canto marcado por Enzo Pérez na direita do nosso ataque, Garay subiu bem e, de cabeça, fez o 3-1. Garay acabou por se redimir, de certa maneira, das culpas que teve no golo do Paços de Ferreira...
Daí até final, não fizemos mais nada. Mas mais nada, mesmo! Jogámos a passo, sem chama, sem velocidade, nem imaginação, e sem qualquer ponta de emoção. Lembro-me, apenas, de dois remates à baliza adversária, ambos sem qualquer tipo de perigo. Um do Enzo Pérez, em arco, a sair por cima da barra, e outro do Cardozo, na marcação de um livre, que ficou na barreira.
Foi, até, o Paços que, embora sem criar perigo de maior, rematou mais. Em especial através de Bébé, que manteve sempre alguma pressão sobre a nossa defesa. Aliás, já ao terminar a primeira parte, Bébé tinha fugido à nossa defesa e a Artur e, sobre a esquerda da nossa área, de ângulo muito apertado, tentara o remate. Na altura valeu Luisão, que cortou quase sobre a linha de baliza, e Maxi Pereira, que completou o alívio.
 
Enfim, muito pouco para o que é preciso.
Infelizmente, quem joga como nós estamos a jogar, não pode, objectivamente, esperar rigorosamente nada, de coisa nenhuma...
Gostaria de estar enganado, mas não alimento qualquer expectativa.
Este jogo foi a confirmação daquilo que já vínhamos tendo, desde a pré-época. Para não irmos mais longe, claro...
 
Na próxima 3ª feira recebemos o Anderlecht, para a Liga dos Campeões...
Vamos ter algum milagre?...


 
O jogo de ontem marcou as estreias de Siqueira, que foi titular, e de Fejsa, que substituiu Rúben Amorim, aos 35 minutos de jogo, por lesão.
(Um parêntesis, apenas para estranhar o absolutamente anormal número de lesões no plantel: Sálvio, Gaitán, Sulejmani, Bruno Cortez... Será normal isto? Só parece normal no Benfica, já que nos outros clubes, mesmo com plantéis mais curtos, isso não se verifica!...).
Siqueira pareceu-me um jogador maduro. Mas só isso. Não sei se estará à altura das necessidades...
Fejsa foi um jogador aguerrido, que tentou preencher bem os espaços e recuperar a bola com grande determinação. Não é um tecnicista, mas caiu-me bem. A ver vamos...
 
Para além das referências aos estreantes, destaco, pela positiva, Enzo Pérez, pelo golo que marcou e porque esteve nos outros dois, e também pelo que jogou, tanto à direita, como à esquerda. Maxi esteve mais certo do que o habitual, embora sem ser brilhante. Ola John entrou a substituir Cardozo (75 min.) e voltou a estar em destaque... pela negativa! Em grande destaque, diga-se...
Também destaco Garay. Porque esteve (muito) bem... e (muito) mal. Marcou e, literalmente, deixou marcar...
E Artur, claro! Artur está a preparar-se para nos voltar a enterrar...
 
 
.......................................................................................

BENFICA, 3  -  PAÇOS DE FERREIRA, 1

14/09/2013, 18:15 horas, Estádio Da Luz, 34.575 espectadores.
Transmissão BenficaTV.

ÁRBITROS: Bruno Paixão; Luís Ramos e Pais António; Tiago Martins.

BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Siqueira (André Almeida, 62 min.); Enzo Pérez, Matic, Rúben Amorim (Fejsa, 35 min.) e Markovic; Lima e Cardozo (Ola John, 75 min.).
Suplentes: Paulo Lopes, Jardel, André Almeida, Fejsa, Djuricic, Ola John e Rodrigo.

PAÇOS DE FERREIRA: Degra; Tony, Gregory, Ricardo e Hélder Lopes; André Leão e Michael Seri (Romeu, 80 min.); Manuel José (Irobiso, 88 min.), Sérgio Oliveira (Caetano, 60 min.) e Rúben Ribeiro; Bébé.
Suplentes: Filipe Anunciação, Romeu, Rodrigo António, António Filipe, Nuno Santos, Caetano e Irobiso.

 
MARCADOR: 1-0, Enzo Pérez (5 min.); 2-0, Garay (22 min.); 2-1, Rúben Ribeiro (50 min.); 3-1, Garay (52 min.)
.......................................................................................



PS - Buonanotte Principessa...

Sem comentários:

Enviar um comentário