A exibição do passado domingo, no reduto do Estoril, foi na linha do que tem sido habitual: cinzenta, pouco conseguida, triste, lenta e muito pouco convincente.
Valeu a vitória (2-1), que esteve sempre presa por arames, mesmo depois de termos ficado em superioridade numérica aos 55 minutos, e de termos feito o 2-0, aos 70 minutos de jogo...
Para não variar, voltámos a acabar o jogo com o coração nas mãos, depois de termos consentido o 2-1, num lance de bola parada, e de, aos 89 minutos, Maxi ter sido expulso, após ter visto o segundo cartão amarelo.
O jogo até nem começou mal, com a equipa a parecer disposta a assumir as despesas do jogo.
Aos 10 minutos, numa jogada de insistência pelo lado esquerdo do nosso ataque, Gaitán cruzou para a zona do poste mais distante onde, já dentro da pequena área, apareceu Lima, nas costas da defesa, a cabecear para o fundo da baliza, inaugurando o marcador.
Depois do golo, o Estoril tentou reagir, embora sem grande perigo.
O Benfica, pelo seu lado, foi perdendo algum gás e somando erros, que o adversário tentava aproveitar.
Para ajudar, Markovic lesionou-se, num lance onde nada o fazia prever, e acabou por dar o seu lugar a Ola John, por volta dos 28 minutos de jogo.
Até ao intervalo recordo-me apenas de dois remates à baliza adversária, por Gaitán (35 min.) e Rodrigo (43 min.). Muito pouco para o valor da equipa, individual e colectivamente.
O Estoril, pelo contrário, estava muito mais empreendedor e, embora sem criar perigo, lá ia rematando e tentando remar contra a maré.
Mesmo no final da 1ª parte, um defesa do Estoril jogou a bola com a mão, na grande área, e o árbitro lá teve de marcar a grande penalidade. Para coroar a paupérrima exibição da equipa, Lima marcou muito mal o penalti, permitindo a defesa ao guardião estorilista. Quando poderíamos ter quase sentenciado o jogo, acabámos por desperdiçar uma ocasião de ouro, de maneira inconcebível...
A segunda parte trouxe mais do mesmo, aparecendo o Estoril mais agressivo sobre a bola, para tentar anular a desvantagem.
Aos 55 minutos, numa disputa a meio campo, Filipe Gonçalves entrou a matar sobre Enzo Pérez e viu (apenas...) o cartão amarelo que, por ser o segundo, ditou a expulsão.
Aos 60 minutos, Jesus substituiu Rodrigo por Cardozo. E a verdade é que, aos 71 minutos, Cardozo, em zona próxima da marca de grande penalidade, descaído para a esquerda do nosso ataque, correspondeu a um centro de Maxi Pereira, da direita, com um remate de primeira, de pé direito, sem deixar cair a bola no chão, fuzilando a baliza do Estoril, e fazendo o 2-0, no que parecia ser um golpe fatal para o adversário, já então reduzido a dez elementos.
Puro engano!!!
No recomeço do jogo, um jogador adversário deu o toque de saída e um companheiro, dali mesmo, chutou à nossa baliza - como se costuma fazer no futebol de praia... - de onde Artur se tinha lembrado de ir dar uma volta, obrigando a que o nosso guarda redes tivesse de recuar apressadamente, acabando por socar a bola por cima da trave. Entretanto, Balboa - sim!... o mesmo que andava quase sempre a dormir na forma, quando integrou o plantel do Benfica - foi lançado no jogo. Na sequência do canto provocado pela situação referida, Balboa, na primeira vez que tocou na bola (!!!!!), saltou entre Luisão e Garay - é verdade!!!... - e reduziu a desvantagem. Incrível!!! Inconcebível!!! E apenas possível por total e absoluta incompetência e extrema displicência dos nossos jogadores!!!
Claro que, depois desse lance, a equipa ficou ainda mais intranquila e inconsequente, mesmo estando em vantagem numérica de um jogador...
Apenas por uma vez - por volta do minuto 78 - o Benfica esteve perto de marcar, quando Cardozo ofereceu a bola a Lima e este, em boa posição, em zona frontal à baliza, e com o guardião estorilista adiantado, atirou, de pé direito, com a bola a passar muito perto do canto superior esquerdo da baliza do Estoril.
Aos 89 minutos Maxi Pereira fez uma falta (desnecessária!...) mais viril e, como é óbvio, o boi de preto mostrou-lhe logo o cartão amarelo que, por ser o segundo, deu direito à expulsão. Mais um tiro nos pés, numa altura em que o Estoril fazia tudo para chegar ao golo. E até o podia ter conseguido quando, em período de compensação, numa jogada - mais uma!... - confusa, no interior da nossa área, com Artur aos papéis, fora da baliza, e a defesa atabalhoada, um adversário rematou em força, fazendo a bola passar ao lado do poste.
Um sofrimento desnecessário, apenas possível por culpa própria.
Tenho sido muito crítico com Jorge Jesus. E mantenho essas críticas, sem qualquer reserva.
No entanto, tenho de admitir que não é ele o único culpado pelo que a equipa (não) joga. Está claramente provado que a culpa maior tem de ser assacada aos jogadores, que não têm uma atitude conforme com as exigências, são displicentes, desconcentrados e complicativos, exibem níveis de voluntarismo muito baixos, fazem faltas desnecessárias e em zonas proibidas, não pressionam os adversários e abdicam das jogadas, enfim... uma postura muito pouco profissional.
Fosse eu o técnico principal e muitos deles iam fazer uma cura de humildade para a equipa B, ou até para o banco dessa equipa!!!
Se as coisas tivessem corrido mal, isto é, se não tivéssemos vencido, Jorge Jesus estaria hoje, muito provavelmente, destituído da orientação técnica da equipa. E nós continuaríamos a ter de aturar as imbecilidades e caprichos dos nossos maradonas...
Até quando vamos ter este circo? Alguém tem de pôr ordem na casa!!!
No rescaldo do jogo, destaco pela negativa a generalidade dos nossos jogadores.
Pela positiva, talvez só a atitude guerreira do Cardozo. E a insatisfação, incontida e pública, de Jorge Jesus, que foi crescendo ao ritmo do decréscimo de entrega e da acumulação de erros, e omissões, individuais e colectivos, dos nossos craques...
Haja coração....
ESTORIL, 1 - BENFICA, 2
06/10/2013, 20:15 horas, Estádio António Coimbra da Mota, cerca de 5.000 espectadores.
Transmissão SportTV
ÁRBITROS: Manuel Mota; Paulo Vieira e José Gomes; Ricardo Moreira.
ESTORIL: Vagner; Mano, Yohan Tavares, Rúben Fernandes e Babanco (Bruno Lopes, 82 min.); Gonçalo Santos e Filipe Gonçalves; João Pedro Gonçalves (Balboa, 72 min.), Evandro e Sebá (Gerso, 72 min.); Luís Leal.
Suplentes: Ricardo Ribeiro, Anderson Luís, Bruno Miguel, João Coimbra, Balboa, Gerso e Bruno Lopes.
BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Siqueira; Markovic (Ola John, 28 min.), Matic, Enzo Pérez e Gaitán; Rodrigo (Cardozo, 60 min.) e Lima (Rúben Amorim, 88 min.).
Suplentes: Paulo Lopes, André Almeida, Steven Vitória, Rúben Amorim, Ola John, Djuricic e Cardozo.
MARCADOR: 0-1, Lima (10 min.); 0-2, Cardozo (71 min.); 1-2, Balboa (74 min.);
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PS - Buonanotte Principessa...
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