... assustadoramente fraquinho, o jogo da Taça, em casa do Cinfães, na tarde de ontem.
Apesar da vitória, magra (1-0), e da exibição muito descolorida, a verdade é que o resultado do jogo nunca esteve em causa, tal a diferença de valor entre as duas equipas. E é mesmo por isso que o facto assusta...
O adversário foi aguerrido e corajoso, nunca se remeteu a uma defesa porfiada e foi, sempre, tentando fazer pela vida. Tivessem os nossos jogadores a mesma vontade, a mesma disponibilidade mental e física, e a mesma humildade, e teríamos tido uma exibição e um resultado substancialmente diferentes...
Mas não!
A nossa equipa padece de um síndrome de superioridade assumida, que muitas vezes se transforma numa patologia de incapacidade funcional para levar as coisas a bom porto. Quer dizer, pomo-nos a jeito, facilitamos, facilitamos, voltamos a facilitar... e facilitamos ainda mais e, depois, lamentamos que as coisas tenham corrido como às vezes correm...
É verdade que a equipa que ontem contou apenas com segundas escolhas e jogadores da equipa B. Mas... estávamos a jogar com uma equipa do terceiro escalão do nosso futebol! E, em função disso, dos valores individuais e dos custos de ambos os plantéis, estávamos obrigados a fazer muito mais do que fizemos, e a obter um resultado muito mais dilatado do que o que se registou.
É verdade que, nos primeiros quinze minutos, tivemos cinco boas ocasiões para marcar, três delas por intermédio de Ivan Cavaleiro - uma das quais isolado frente ao guarda-redes adversário - e as outras duas através de remates de cabeça de Jardel e Funes Mori...
É verdade que, ao minuto 20, uma falta sobre Ivan Cavaleiro, cometida por um defesa sobre a linha limite da grande área, foi convertida em cartão amarelo para o nosso ala direito, pelo boi de preto...
(... que, aliás, passou o jogo todo a ver onde podia mostrar serviço, honrando o seu reconhecido, e merecido, mérito de, tal como o irmão, ter de ser chamado de filho de puta, corrupto, em alerta e missão constante contra os mouros de bermelho...)
É verdade que Ola John, pouco antes dos vinte e cinco minutos, podia ter marcado, só não o fazendo porque se fintou a si mesmo, depois de ter andado a deambular, sobre o vértice da pequena área, à espera que aparecesse alguém para lhe tirar a bola dos pés...
É verdade que por volta do minuto 37, na sequência de um pontapé de canto, Steven Vitória saltou mais alto e desviou para o fundo da baliza do Cinfães, e que o boi de preto invalidou o golo porque... porque... porque... porque, pura e simplesmente, o nosso jogador não devia ter saltado mais alto do que o defesa, e pronto!...
... Mas também é verdade que fizemos sempre muito menos do que o que podíamos ter feito, fosse na fase de construção de jogo, fosse na fase de finalização! E a verdade, impensável, é que fomos para o intervalo empatados com uma equipa do terceiro escalão, que apenas conseguiu fazer um remate já perto do minuto 40 da 1ª parte.
Aos 6 minutos da 2ª parte apareceu o golo de Ola John, num remate sobre a esquerda do nosso ataque, aproveitando uma bola cruzada da direita, à qual Funes Mori não chegou.
E daí para a frente, mau grado alguma insistência de Ivan Cavaleiro, o jogo do Benfica foi ficando cada vez mais pausado e inconsistente, embora o adversário também não constituísse qualquer ameaça. Apenas ao minuto 65 surgiu algum perigo, quando uma bola não atacada pelos nossos defesas, na sequência de um pontapé de canto, permitiu um remate adversário que, contudo, saiu sobre a barra.
Mas também Ivan Cavaleiro poderia ter dado outra expressão ao resultado quando, ao minuto 75, fez quase tudo bem feito, driblando três defesas adversários, já dentro da área, e sozinho frente ao guarda-redes, chutou em arco, falhando por muito pouco o golo, com a bola a passar milímetros acima da barra da baliza do Cinfães.
Além da vitória - que foi escassa... - a partida valeu pelas estreias, oficiais, absolutas de alguns jogadores, como são os casos de Oblak, Sílvio, Steven Vitória, Lindelof, Ivan Cavaleiro, Bernardo Silva e Funes Mori, e para dar minutos a outros que têm sido pouco utilizados: Jardel, Bruno Cortez, Rúben Amorim, Djuricic e Ola John.
A grande questão é que, olhando para o parágrafo anterior, os jogadores referidos fazem uma equipa para disputar a primeira liga. Ou melhor, faziam...
Vamos lá a dar a volta a isto, meus caros!!!...
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CINFÃES, 0 - BENFICA, 1
19/10/2013, 14:30 horas, Estádio Municipal Prof. Cerveira Pinto, cerca de 6.000 espectadores.
Transmissão SportTV.
ÁRBITROS: Rui Costa; Bruno Rodrigues e João Silva; Rui Oliveira.
CINFÃES: Pedro Miguel; Carlitos, Miguel Mendes, Hélio e Eduardo; Miguel Moreira (Clodoaldo, 85 min.), Mário Pereira e Gomes (Imperador, 89 min.); Joel, Bruno Teixeira e Vieirinha (Ruizinho, 75 min.).
Suplentes: Rui Nibra, Faneca, Pedro Rodrigues, Nuno Leite, Clodoaldo, Imperador e Ruizinho.
BENFICA: Oblak; Sílvio, Jardel, Steven Vitória e Cortez; Rúben Amorim e Lindelof; Ivan Cavaleiro, Djuricic (Bernardo Silva, 80 min.) e Ola John; Funes Mori.
Suplentes: Bruno Varela, João Cancelo, Mitrovic, Rúben Pinto, Hélder Costa, Bernardo Silva e Harramiz.
MARCADOR: 0-1, Ola John (51 min.)
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PS - Buonanotte Principessa...
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