Depois de uma exibição miserável em Lisboa, com um empate (1-1) caído do céu por obra de São Roberto, eis que agora, na Grécia, fizemos talvez a melhor exibição da época e... perdemos (1-0)!
Por obra de um autêntico milagre de São Roberto...
Foi um dos jogos que me deixou mais magoado. Porque fomos, de longe, a melhor equipa, durante todo o jogo. Porque ficámos, praticamente, fora da fase seguinte da Champions. Porque sofremos um golo que nem ao Arrentela FC se pode admitir. Porque um tal de Roberto, guarda-redes espanhol que nos levou a todos ao desespero quando por cá passou - com frangos e lapsos para todos os gostos e feitios... - nos negou, literalmente, a vitória, safando 7 (!!!) remates com selo inequívoco de golo...
Com a equipa a jogar num clássico 4-3-3, com um meio-campo bem povoado e tacticamente muito disciplinado, o Benfica entrou no jogo por cima do adversário, e manteve essa postura durante todo o jogo. Impressionante tal facto, atendendo ao que tem sido a mediocridade do futebol praticado nos últimos (largos!...) meses...
Logo aos seis minutos, já depois de antes ter ameaçado, Cardozo rematou forte e colocado, correspondendo Roberto com uma soberba defesa, daquelas que nos fazem levar as mãos à cabeça, com vontade de nos esfarriparmos todos.
E pouco depois, aos oito minutos, foi a vez de Markovic, em excelente posição, isolado, não conseguir desfeitear Roberto, permitindo-lhe fazer a mancha a um remate que saiu em jeito.
E como quem não marca se arrisca a sofrer, acabámos por permitir o golo adversário. E o termo é mesmo esse: permitir. Foi precisamente isso que aconteceu. Na cobrança de um canto, da direita da nossa defesa, apareceu um grego, sozinho, na zona frontal à baliza, numa clareira inconcebível, a saltar à vontade para, de cabeça, fazer um remate meio enrolado que foi parar ao fundo das redes. Culpas por inteiro para a defesa, em especial para os centrais e, em particular, para Garay - que ficou a ver o adversário saltar... - e para Artur Moraes (claro!...) que voltou a não fazer, nem de perto nem de longe, tudo o que estava ao seu alcance para, no mínimo, esboçar a defesa. Isto para já nem referir que, naquela zona, o guarda-redes tem de disputar as bolas com os adversários, até porque tem de chegar com as mãos mais alto do que chegam os adversários com as cabeças!
Depois assistiu-se a um período mais incaracterístico, em que o Benfica, embora continuando por cima, exibiu alguma ansiedade e cometeu erros, individuais e colectivos, daqueles que tem sido habituais nos tempos mais recentes. Claro que a isso não terá sido alheio o facto de os gregos aumentarem o nível de agressividade sobre os nossos jogadores, em alguns casos mesmo chegando-nos até ao osso, com a complacência do árbitro, um tal Damir Skomina, que já nos tinha calhado em sorte no passado recente, roubando-nos, literalmente, num jogo com o Chelsea, em Londres. Nessa altura dediquei-lhe algumas linhas, para o mimosear com o cognome (meigo, para a merda que então fez...) de filho de puta.
De entre os gregos, um dos maiores distribuidores de fruta - se não mesmo o maior!... - foi um velho conhecido, de nome Leandro Salino, que levou o jogo todo a atirar para o osso nos nossos que lhe apareciam por perto, com especial incidência no Gaitán, que lhe pôs a cabeça em caldo. O filho de puta do Salino deve ter pensado que ainda estava a jogar em Portugal, num jogo contra (mesmo contra...) o Benfica, apitado por um qualquer Olegário Benquerença, Artur Soares Dias, Elmano Santos, Pedro Proença, Carlos Xistra ou afins. A verdade, porém, é que o boi de preto esloveno teve a mesma condescendência que os avençados nacionais atrás referidos...
Ainda antes da passagem da meia hora de jogo, já o Benfica regressara à situação de domínio total e absoluto do jogo, criando mais duas ou três oportunidades para marcar, numa das quais Luisão atirou, de cabeça, com muito perigo, levando a bola a rasar a barra da baliza grega.
Antes do minuto quarenta, num curto espaço de tempo, Markovic e Cardozo, isolados por Rúben Amorim e Sílvio, respectivamente, também podiam ter marcado, mas complicaram na altura da concretização e perderam a oportunidade de repor um mínimo de justiça no marcador.
E já mesmo nos minutos finais da 1ª parte, Matic, na sequência de um canto, ficou isolado e, de costas para a baliza, tentou concretizar de calcanhar, falhando displicentemente.
Logo a abrir a 2ª parte, Markovic voltou a ter nos pés a possibilidade de marcar quando, isolado, no centro da grande área grega, rematou forte e colocado, mas Roberto, com uma incrível estirada desviou a bola pela linha final...
E no minuto seguinte foi Cardozo a rematar forte, de cabeça, ligeiramente sobre a barra da baliza de Roberto.
Daí até ao final, o jogo teve sempre um sentido: o da baliza grega, com o Benfica a asfixiar o adversário, que nunca teve hipóteses de jogar, limitando-se a defender de forma aguerrida - e por vezes violenta... - sem ter bola para fazer o que quer que fosse.
Maxi Pereira e Lima - que entretanto rendera Cardozo, que saiu lesionado por volta dos 70 minutos... - tiveram boas hipóteses de fazer golo, mas a bola não levou a melhor direcção. E quando levava, estava lá Roberto para fazer aquilo que parecia ser impossível. Fez defesas assombrosas a remates de Gaitán (55 e 88 min.), Enzo Pérez (60 min.) e, sobretudo, a um remate potentíssimo e muito bem colocado de Djuricic, que defendeu com a ponta dos dedos, passando ainda assim a bola a rasar o poste direito da sua baliza.
É inacreditável como é que um guarda-redes que nos pôs literalmente os nervos em frangalhos, com exibições miseráveis, falhas incríveis e frangos monumentais, faz uma exibição como a que lhe vimos na passada 3ª feira!...
(Custa ainda mais porque, como muito bem sabemos, Roberto é ainda jogador do Benfica, estando apenas cedido ao Atlético de Madrid que, entretanto, o cedeu ao Olympiakos...)
De qualquer maneira, o que sobra do jogo é o resultado do mesmo, que nos desilude e, pior do que isso, nos deixa praticamente fora da Champions, subtraindo-nos receitas que tanta falta nos vão fazer...
E, além disso, por via dessa saída prematura, talvez ainda venhamos a perder alguns jogadores na janela de transferências de Janeiro, enfraquecendo a equipa e, simultaneamente, reduzindo as possibilidades (pelo menos em teoria...) de sucesso desportivo.
Por falar em sucesso desportivo, fico abismado com a mudança da qualidade do futebol apresentado, e com a alteração drástica da postura dos atletas...
O prémio de jogo era muito grande?...
Agora vem aí o Sporting, no sábado à noite, para a Taça de Portugal.
Estou muito curioso para ver o que vai acontecer...
Voltaremos a ter uma equipa a jogar futebol, ou pelo menos a querer jogar futebol? Ou vamos voltar a desesperar com a nossa prestação e com a postura de atletas e técnicos?...
OLYMPIAKOS, 1 - BENFICA, 0
05/11/2013, 19:45 horas, Estádio Georgios Karaiskakis, cerca de 30.000 espectadores.
Transmissão TVI
ÁRBITROS: Damir Skomina; Matej Zunic e Bojan Ul; Promiz Arhar.
OLYMPIACOS: Roberto; Salino, Manolas, Siovas e Holebas; Maniatis e Samaris; Yatabaré (Ndinga, 55 min.), Saviola (Dominguez, 45 min.) e Fuster (Bong, 75 min.); Mitroglou.
Suplentes: Megyeri, Papadopolous, Medjani, Campbell, Ndinga, Dominguéz e Bong.
BENFICA: Artur; Maxi Pereira, Luisão, Garay e Sílvio; Matic, Enzo Pérez e Rúben Amorim (ivan Cavaleiro, 80 min.); Markovic (Djuricic, 74 min.), Cardozo (Lima, 70 min.) e Gaitán.
Suplentes: Oblak, André Almeida, Jardel, Ola John, Ivan Cavaleiro, Djuricic e Lima.
MARCADOR: 1-0, Manolas (13 min.).
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PS - Buonanotte Principessa...
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