Depois de um interregno de três semanas, voltou a jogar-se para a Liga.
Esperava-se que, embalado por uma vitória sobre o eterno rival - mau grado a exibição... - o Benfica fizesse um regresso em força, para manter viva a chama de lutar pelo campeonato.
Era imperioso vencer o Braga, e fazer uma exibição segura e convincente!
Mas não foi preciso mais do que uns poucos minutos, para se perceber que as coisas não seriam nada disso...
O nosso jogo foi paupérrimo, desinspirado, eivado de erros e omissões, individuais e colectivas, sempre jogado a passo e sem grande objectividade. E com Cardozo de fora, por lesão, cedo se percebeu que estávamos bastante diminuídos...
No oposto, o adversário jogou sempre muito compacto, com grande entrega e entreajuda, seguro na defesa, pressionante quando não tinha a bola e muito rápido a sair para o contra-ataque.
Em resultado destes desempenhos, não criámos um único lance de perigo, digno desse nome. Ou os passes eram longos demais, ou os nossos jogadores chegavam mais tarde à bola, ou os adversários eram mais lestos a conjurar a jogada, enfim... uma miséria indisfarçável.
Do lado oposto, contaram-se jogadas de rápidas e envolventes, remates intencionais e perigosos, como aquele em que, logo aos 13 minutos, a bola foi sacudida (mal, diga-se...) por Artur e foi à barra da nossa baliza.
No regresso dos balneários, a toada manteve-se rigorosamente inalterada.
E, para não destoar, logo aos 48 minutos voltámos a ver uma bola acertar na barra da nossa baliza, com Artur completamente batido.
Apesar de muitos rodriguinhos a meio campo, era o adversário quem rematava, criava perigo e parecia capaz de fazer funcionar o marcador.
E, por falar em rodriguinhos, uma referência para Rodrigo, protagonista de um lance merecedor de entrada directa para o cardápio das idiotices do ano: na recepção a uma bola endossada em arco, chutou, com a intenção de mandar o esférico para trás de si, mas este acertou em si mesmo...
Só aos 70 minutos é que se viu um remate digno desse nome, da parte do Benfica. Ivan Cavaleiro, entretanto lançado na partida, tabelou com um companheiro, à entrada da área, sobre a esquerda, e, já dentro dela, desferiu um potente remate, a que se opôs, em vôo, o guarda redes bracarense, Eduardo.
Esse lance talvez tenha tido o condão de despertar o nosso jogo da monotonia vigente e, aos 73 minutos, Matic, após pressão sobre um adversário (Mauro), ficou com a bola, progrediu para a área do Braga, desviou-se do central, fletindo ligeiramente para a esquerda e, de fora da área, com o pé desse lado, desferiu um remate colocado, que entrou junto do poste contrário da baliza dos minhotos.
Numa jogada individual, de grande querer, Matic fez aquilo que toda a equipa não foi capaz de fazer.
Matic foi, claramente, o homem do jogo. Não que tenha feito um jogo isento de falhas, mas porque foi aquele que mais quis ganhar e que mais se entregou ao jogo.
Até ao final da partida, voltámos a ver um Braga sempre muito empenhado, mas agora já sem o discernimento nem o vigor físico capazes de dar frutos.
Em suma, foi mais um jogo em que se jogou pouco, mesmo muito pouco, para as necessidades. E, desta vez, com uma inegável pontinha de sorte...
Enfim, uma vitória que não pode deixar nenhum benfiquista tranquilo. Porque, a jogar desta maneira, vamos jogar muitos jogos que não vamos vencer!...
Está cada vez mais difícil acreditar nesta equipa - jogadores e equipa técnica...
Ou alguém faz qualquer coisa, urgentemente, ou vamos ter uma época totalmente negativa, tanto em títulos como em qualidade de jogo...
Apesar da chama imensa, está cada vez mais difícil ser benfiquista...
BENFICA, 1 - BRAGA, 0
23/11/2013, 18:15 horas, Estádio Da Luz, cerca de 35.000 espectadores.
Transmissão BenficaTV
ÁRBITROS: Nuno Almeida; Paulo Ramos e Luís Ramos; Hélder Malheiro.
BENFICA: Artur; Sílvio, Luisão, Garay e Siqueira (André Almeida, 71 min.); Matic, Enzo Pérez e Djuricic (Rodrigo, 60 min.); Markovic (Ivan Cavaleiro, 65 min.), Lima e Gaitán.
Suplentes: Paulo Lopes, André Almeida, Jardel, Fejsa, Ivan Cavaleiro, Rodrigo e Funes Mori.
BRAGA: Eduardo; Baiano, Santos, Nuno André Coelho e Elderson; Mauro, Luís Carlos (Custódio, 80 min.) e Rúben Micael (Hugo Vieira, 76 min.); Alan, Éder e Rafa Silva (Pardo, 73 min.).
Suplentes: Cristiano, Hebert, Tomás Dabó, Vukcevic, Custódio, Pardo e Hugo Vieira.
MARCADOR: 1-0, Matic (73 min.)
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PS - Buonanotte Principessa...
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