segunda-feira, 17 de março de 2014

Vitória indiscutível...


 
Foi indiscutível a vitória da passada 5ª feira, em Londres, contra o Tottenham, para os oitavos-de-final da Liga Europa...
Tão indiscutível a vitória, como a importância que o Benfica deve dar à prova, apesar de muitos acharem que a devemos menorizar. Foi com noites europeias, e com vitórias, que se foi fazendo o prestígio internacional do Benfica, e isso não pode ser ignorado.
É claro que ser campeão nacional é fundamental, ainda mais num clube com a grandeza e a dimensão humana e social do Benfica. Mas porque raio havíamos de menosprezar uma prova internacional, para mais do continente onde o futebol tem mais prestígio?...
 
A vitória (1-3) sobre o Tottenham foi obra de toda a equipa. Mas ficaram a ela indelevelmente ligados dois nomes: Luisão e Rúben Amorim. Mais aquele do que este, em boa verdade...
O capitão Luisão fez um dos melhores jogos que lhe vi no Benfica. Foi absolutamente imperial a defender, não dando hipóteses aos atacantes do Tottenham, e foi destemido e ambicioso a atacar a bola junto da baliza adversária. Os dois golos que fez são prémio merecido para o extraordinário jogo que realizou.
Rúben Amorim também esteve muito bem, e ficou ligado aos dois primeiros golos. Primeiro, numa soberba assistência para Rodrigo fazer o 0-1; e depois, ao marcar, com conta, peso e medida, um pontapé de canto, para a cabeça de Luisão, quando este fez o 0-2.
 
O jogo até nem começou muito bem, com o nosso meio-campo a não conseguir parar de forma eficaz os ingleses, e a não ser eficaz na construção do jogo ofensivo. Apesar de tudo, a partir dos 20 minutos de jogo, as coisas começaram a ficar mais controladas, com o nosso meio-campo a ter mais serenidade na construção do jogo ofensivo.
Pouco antes da meia hora, Markovic isolou-se sobre a ala mas, na hora de entregar a bola, precipitou-se e deixou que o guardião Lloris ficasse dono da situação.
Contudo, no minuto seguinte, Rúben Amorim recuperou a bola no nosso meio-campo defensivo e, de imediato, fez um passe em profundidade, isolando Rodrigo sobre a direita do nosso ataque. Este correu até à área adversária e, à saída do guardião, chutou com o pé esquerdo, em arco, fazendo a bola entrar junto ao poste mais distante. Um golo de belo efeito, que fez saltar de alegria os cerca de 3000 benfiquistas que marcaram presença - altamente ruidosa, diga-se... - em White Hart Lane.
 
 

Até ao intervalo, o Benfica foi trocando a bola com segurança, retirando a iniciativa ao adversário e controlando totalmente o ritmo e o rumo do jogo.
 
A 2ª parte trouxe um Tottenham muito empreendedor, mas obrigado a ter de trocar muito a bola no seu meio-campo defensivo, dada a forma competente como a equipa do Benfica fechava os caminhos para a sua baliza.
Fruto do empenho dos ingleses, Adebayor teve um remate perigoso, por volta dos 50 minutos, levando a bola a passar muito perto do poste direito da nossa baliza.
Mas na jogada imediata, também Rodrigo criou perigo, ao tentar o chapéu ao guardião adversário, embora a aba tenha saído alta...
Pouco antes de se atingir o primeiro quarto de hora da 2ª parte, Rúben Amorim roubou a bola a um médio inglês e saiu em direção à baliza adversária. Tabelou com Cardozo e, em posição frontal, desferiu um potente remate, a meia altura, ao qual correspondeu Lloris com uma espectacular defesa pela linha de fundo. O próprio Rúben Amorim foi marcar o canto, aparecendo Luisão, de rompante, a fazer, de cabeça, o segundo golo do Benfica.
 
 
À passagem do minuto 65, sem que tal fosse muito esperado, o Tottenham reduziu o marcador, na marcação de um livre directo, marcado quase em posição frontal, a pouca distância da linha limite da grande área. A falta foi de Sílvio, numa atitude escusada, já que o atacante inglês tinha os caminhos tapados para a nossa baliza e, naturalmente, iria ter de jogar para trás. A bola foi batida em arco, não com muita força, sobrevoando a barreira - que podia ter sido mais ativa... - e indo entrar a meia altura, sobre a direita de Oblak que, em meu entender, não fez tudo o que podia ter feito. Inclusivamente, nem sequer se lançou à bola, acabando por se deslocar para aquele lado, sem tirar os pés do chão...
Foi pena que uma série de jogos sem sofrer golos tenha terminado com um quase semi-frango...
No minuto imediato, entraram Gaitán e Enzo Peréz, para os lugares de Cardozo e Sulejmani, e o nosso controle de jogo, a meio-campo, logo disso se ressentiu.
Numa das primeiras vezes que tocou na bola, Gaitán isolou Rodrigo que, já dentro da área, viu Lloris sair muito bem ao seu encontro e, de forma corajosa, ficar-lhe com a bola.
E aos 75 minutos, o mesmo Rodrigo foi lançado por Luisão, avançou para a baliza e, face a uma hesitação de Lloris, ficou-lhe com a bola, depois de fletir ligeiramente para a direita. O guardião, contudo, ainda recuperou a tempo de desviar para canto, com a ponta dos dedos, o remate de Rodrigo para a baliza deserta. Uma ocasião única para ampliar o marcador...
Mas aos 83 minutos o Benfica marcou mesmo. Um defesa inglês fez uma falta durinha sobre Gaitán, na esquerda do nosso ataque, e o mesmo Gaitán encarregou-se da sua marcação. Na área, Garay cabeceou, de cima para baixo, obrigando Lloris a uma defesa de recurso, e a bola sobrou para Luisão que, descaído sobre a direita, fuzilou autenticamente a baliza adversária.
 
 
Esse golo liquidou por completo o Tottenham. E a verdade é que por mais duas vezes poderíamos ter voltado a marcar. Primeiro, por intermédio de Gaitán, que tentou um chapéu a Lloris, mas este defendeu, talvez pelo facto da bola ter descrito um arco muito alto. Depois, num remate muito perigoso de Siqueira, isolado sobre a esquerda da área adversária por Gaitán, com o guarda-redes inglês a corresponder com uma extraordinária defesa.
 
 
Em suma, foi uma vitória indiscutível, construída com muita garra, embora também com algum desacerto, nomeadamente na luta a meio-campo.
Foi pena o golo sofrido, para mais da maneira como o foi.
Aliás, Oblak já esteve melhor do que está agora. Em duas ou três ocasiões ficou aquém do que se esperava...
Tal como Cardozo, que está uma sombra do que já foi. Muito estático, pouco incisivo, sem ter influência no jogo...
Não é desse Cardozo, nem desse Oblak, que o Benfica precisa.
Ainda mais agora, que entramos numa fase absolutamente decisiva da época.
 
Já amanhã, na casa do 2º maior corrupto do nosso futebol, vamos disputar um jogo decisivo para o que vai ser o final da época. É imperioso vencer. E, se possível, convencer!
 
 
Uma nota final, para o lamentável incidente que J. Jesus protagonizou em Londres, quando Luisão fez o 1-3. Uma reincidência que não abona nada em favor de J. Jesus... nem do Benfica.
 
 
O levantar dos três dedos na direção treinador do Tottenham, Tim Sherwood, ficaram mal, como mal ficou a atitude do nosso treinador com Raúl José, Shéu e Rui Costa, quando estes tentaram chamá-lo à razão.
Por mais razões que houvessem - e talvez houvessem... - J. Jesus não podia ter feito o que fez. Foi uma deselegância e um despropósito.
E, mais do que isso, um episódio que, por pouco que tenha sido, nos desconcentra e desloca a atenção daquilo que nos deve interessar verdadeiramente: vencer, para atingir as metas que pretendemos.
Haja a inteligência necessária para não pôr a perder o que já se fez!...
 
 
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TOTTENHAM, 1  -  BENFICA, 3

13/03/2014, 20:05 horas, Estádio White Hart Lane, cerca de 35.000 espectadores.
Transmissão TVI

ÁRBITROS: Jonas Eriksson; Mathias Klasenius e Daniel Warnmark; Magnus Sjoblom.

TOTTENHAM: Lloris; Kyle Walker (Danny Rose, 75 mi.) , Kaboul, Vertonghen e Naughton; Paulinho, Sandro (Bentaleb, 82 min.), Lennon, Kane (Soldado, 75 min.) e Eriksen; Adebayor.
Suplentes: Brad Friedel, Fryers, Townsend, Danny Rose, Bentaleb, Soldado e Chadli.


BENFICA: Oblak; Sílvio, Luisão, Garay e Siqueira; Rúben Amorim, Fejsa, Markovic, Rodrigo (Lima, 87 min.) e Sulejmani (Enzo Peréz, 65 min.); Cardozo (Gaitán, 65 min.).
Suplentes: Artur Moraes, André Almeida, Jardel, Enzo Peréz, Gaitán, Djuricic e Lima.


MARCADOR: 0-1, Rodrigo (30 min.); 0-2, Luisão (58 min.); 1-2, Eriksen (65 min.); 1-3, Luisão (83 min.).
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PS - Buonanotte Principessa...

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