(António Feio, no relvado da Luz, ladeado pelo Carlos Lisboa e pelo Toni,
na apresentação da equipa aos sócios, na época passada)
O dia passou-se arrastadamente, à sombra da desilusão do jogo de ontem.
Nem a praia soube bem, nem o convívio com a família e os amigos fez desaparecer o semblante sombrio, fruto da tristeza do desaire da Madeira. É fatal. Sempre que o Benfica não ganha, o mundo perde cor, torna-se cinzento...
Às tantas, uma catadupa de imagens foi sucedendo na minha mente e, sem saber bem como, nem porquê, dei comigo a pensar que o António Feio era benfiquista. E, até, um benfiquista com presença mais ou menos assídua no estádio...
Num assomo incontido, recordo a mensagem (recordar aqui) que gravou para a ante-estreia e para a promoção do filme Contraluz, de Fernando Fragata, e retenho uma parte marcante do seu sentido discurso: "... aproveitem a vida, e ajudem-se uns aos outros..."
Aproveitar a vida, vivê-la com intensidade, é, também, no meu caso, viver a plenitude da minha paixão pelo Benfica. As paixões, como tudo na vida, têm momentos mais e menos fulgurantes. E, quando as coisas correm menos bem do que gostaríamos, temos que alimentar a paixão, manter acesa a chama. Por isso, o "ajudem-se uns aos outros...", do António Feio, acaba por se encaixar indubitavelmente neste puzzle que é a vida, desafiando a nossa capacidade de sermos solidários e de, em suma, fazer de todos um - E Pluribus Unum...
Nem mais. Justamente o lema do clube que nos enche o coração.
Obrigado, António Feio.
Só gostaria de poder ter a força que sempre tiveste ao longo da tua (curta) vida, mesmo quando a doença te debilitou fisicamente, e de manter a determinação, a boa disposição, o sentido de humor e o sorriso nos lábios que ficará, para sempre, como a tua imagem de marca. Terá, mesmo, sido isso que a morte encontrou no teu rosto, quando te levou do convívio - mas não da memória... - dos vivos.
Até sempre, António Feio. E muito obrigado, pela lição, pelo exemplo...
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