sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Pouco, muito pouco...


 
No arranque da Champions League, um empate em Celtic Park. A zero...
 
À primeira vista, poderia considerar-se um resultado menos mau. Contudo, atendendo ao que o adversário vale - e também ao que temos obrigação de produzir, em face do valor que, comprovadamente, temos... - tem que considerar-se que o desfecho soube a derrota. Para agravar, o futebol produzido foi pouco, muito pouco, para o que se exige a um grupo que está junto há tanto tempo e que conta com valores individuais com provas dadas.
É verdade que a equipa ficou desfalcada, no fecho da época de transferências, de Javi Garcia e Witsel. É verdade que Maxi Pereira, castigado por um jogo, ficou de fora da equipa. É verdade que Luisão, na sequência do caricato episódio com o árbitro alemão do particular com o Fortuna Dusseldorf, depois de ver o castigo de dois meses alargado também às provas internacionais, também ficou de fora. Mas também é verdade que, nesta altura, o Celtic é uma equipa de uma confrangedora qualidade técnico-táctica, a quem apenas o aspecto físico e a grande entrega ao jogo permite alguma colheita positiva...
 
O Benfica esteve sempre bem nas tarefas defensivas, mesmo quando, na fase inicial da partida, os escoceses tentaram carregar sobre o nosso último reduto. Porém, em termos ofensivos, a equipa não existiu. Ou melhor, existiram algumas iniciativas individuais, inconsistentes e mal sucedidas, que acabaram quase sempre por acção da imposição física dos defensores escoceses, que lançavam, logo desde aí, incursões ofensivas.
O Benfica falhava, como tem sido habitual, passes atrás de passes, não tinha consistência nas acções ofensivas e, consequentemente, não criava ocasiões para marcar. A excepção foi um lance em que Aimar fez um passe magistral e isolou Rodrigo que, dentro da área do Celtic, e já com a bola fora do alcance do guarda-redes, foi literalmente placado por este. Penalty, claríssimo, que o árbitro não quis marcar. Fosse na área oposta e teríamos tido um julgamento diferente, eventualmente até com expulsão do guarda-redes. Que mal fizémos, e a quem, para sermos sempre expoliados?...
 
 
Nesta altura, o Benfica estava um pouco melhor no jogo e, naturalmente, começava a aparecer com mais perigo na frente. Aimar, Gaitán, Rodrigo e Enzo Pérez, davam mostras de poder fazer mais do que aquilo que se vinha fazendo.
Após o reinício, o jogo manteve a mesma toada. O Celtic não conseguia criar perigo, e o Benfica continuava a não jogar o que podia. Matic e Enzo Pérez foram sempre controlando o jogo, bem secundados pela linha defensiva, onde quer os laterais - Melgarejo e André Almeida - quer Jardel e Garay, cumpriam com sobriedade as suas missões.
O problema continuava a ser do meio campo para a frente, onde esteve particularmente infeliz Salvio, a produzir uma ínfima parte do que pode, deve e se esperava que produzisse, nomeadamente atendendo à menoridade técnica do adversário.
Pouco depois da hora de jogo, Cardozo rendeu Aimar, e aos 70 minutos Bruno César entrou para o lugar de Rodrigo. Já depois de passados os 80 minutos de jogo, Gaitán saíu para entrar Nolito. As alterações não trouxeram nada de novo ao nosso futebol. É verdade que, ao longo da 2ª parte, rematámos mais vezes, jogámos mais no meio campo do Celtic, mas a qualidade do nosso jogo, o excesso de individualismo e o atabalhoamento na hora da verdade, ditaram uma assustadora ineficácia global.
 
O jogo deixou-me um sabor a derrota. Se não vencemos este jogo, não sei qual poderemos vencer, nesta Champions League. E fico com a sensação de que os três pontos que devíamos ter trazido na bagagem nos vão fazer muita falta...
 
 
Uma nota final para Matic. Está a começar a encher o campo...
Espero que continue a evoluir nesse sentido. Bem precisamos...

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