sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Vitória, mas...


 
... mas com uma exibição embrulhada, muito pouco homogénea, com falta de consistência, bastantes desperdícios e muitos equívocos e desacertos.
Para a história, vai ficar o resultado de 2-0 frente aos russos do Spartak de Moscovo. Não vão perdurar na memória, nem na generalidade dos registos, as incidências reais da partida. E ainda bem, porque o jogo não nos pode deixar muito orgulhosos do que a equipa (não) fez...
 
A primeira parte foi bastante fraca, com o Benfica a revelar sempre muita falta de objectividade e muito pouca eficácia, nomeadamente nas tarefas ofensivas. Pouca criatividade, um futebol muito lateralizado e um ritmo que permitia ao adversário arrumar-se bem em campo e tentar o contra-ataque, a juntar a jogadores pouco esclarecidos e complicativos, nomeadamente os alas, Sálvio e Ola John, justificaram o nulo ao intervalo.
Também Rodrigo, na frente de ataque, esteve particularmente desinspirado, enquanto Enzo Pérez andou quase sempre desaparecido do jogo.
Além disso, não faltaram as (já habituais...) decisões da arbitragem em prejuízo do Benfica, por parte de um árbitro fraco - o alemão (...dassssseeee!!!) Floren Mayer - que esteve (muito) mal auxiliado pelos árbitros assistentes e pelos árbitros de baliza. Logo aos 2 minutos de jogo, Garay é escandalosamente puxado pela camisola, quando tentava cabecear uma bola na área adversária; toda a gente viu essa acção, menos o árbitro. E aos 36 minutos, Lima, desmarcado em profundidade, foi empurrado pelas costas, bem dentro da grande área russa, com o árbitro a nada assinalar, e com o auxiliar e o árbitro de baliza daquele lado a fecharem os olhos à evidência. Pelo meio ainda houve uns fora-de-jogo mal tirados, facto do qual também os russos se podem queixar. O mais penalizador, porém, foi um fora-de-jogo (mal) assinalado a Rodrigo, já no final da 1ª parte, em que o jogador ficaria em situação bastante vantajosa.
A etapa inicial ficou, também, marcada por um considerável número de remates à baliza dos russos, quase todos executados de forma deficiente e sem direcção, bem como pelo total - repito, total... - desaproveitamento das situações de bola parada (cantos, livres, lançamentos laterais...).
(Para piorar as coisas, os coxos [tecnicamente falando...] do Celtic estavam a vencer o Barcelona por 1-0...)
 
 
O jogo estava a chamar por Cardozo, e Jorge Jesus fez o que qualquer mortal faria: tirou Rodrigo e meteu Cardozo.
Alguns jogadores vieram, também, transfigurados para a 2ª parte. Um deles foi Ola John, que se passou a colar mais à linha e a partir decidido no um-contra-um. Sálvio também regressou menos complicativo, embora tenha sido, globalmente, um dos menos esclarecidos e produtivos dos nossos jogadores.
Mas o homem do jogo foi mesmo Cardozo. Marcou um golo de grande classe, aos 51 minutos, desmarcando-se e recebendo, de pé direito, um passe a rasgar a defesa, de Ola Jonh, e rematando de imediato, do bico da pequena área, para o fundo da baliza dos russos. O árbitro, incrivelmente, anulou o golo, por suposto fora-de-jogo...
Mas aos 56 minutos Cardozo havia, mesmo, de marcar, de cabeça, na pequena área, com um remate como mandam as regras, de cima para baixo, após assistência de Melgarejo, desmarcado por Ola Jonh.
E aos 69 minutos voltou a marcar, de pé esquerdo, a rematar de primeira, na zona frontal da baliza, após assistência, da esquerda, de... Ola John!
Cardozo veio, realmente, revolucionar o jogo de ataque da equipa, beneficiando bastante da companhia de Lima que, muito mais móvel, arrasta consigo a defesa adversária.
E foi, ainda, Cardozo que, depois de receber um passe, de costas para a baliza russa, depois de se ter voltado, driblado o seu marcador directo e ter entrado na área adversária, foi rasteirado, por tràs, quando ia isolado para a baliza e se preparava para rematar. O árbitro assinalou o penalty (como não podia deixar de fazer...) e expulsou o central russo. Cardozo marcou o penalty... e acertou na trave! Foi pena. Cardozo não o merecia...
A jogar contra dez, e a vencer por 2-0, o jogo estava praticamente decidido.
Então, o nosso futebol voltou a decair, e a equipa voltou a cometer erros e a jogar sem grande acutilância. Mesmo assim, foram surgindo algumas situações de perigo, com os remates a saírem perto, mas sempre ao lado. A situação mais escandalosa foi uma perdida de Cardozo quando, descaído sobre a meia-direita, só com o guardião Rebrov pela frente, rematou rasteiro para o poste mais distante, e a bola, caprichosamente, saíu ligeiramente ao lado.
 
Das prestações individuais, devem referir-se Cardozo, sem dúvida, e Ola John, pela 2ª parte que fez. A defesa esteve bem e, como habitualmente, Melgarejo e Maxi Pereira apoiaram bem o ataque. Lima esteve, como tem acontecido, muito lutador e pautou a sua acção por uma grande mobilidade na frente de ataque. André Almeida esteve sempre muito activo, e Enzo Pérez, na 2ª parte, conferiu alguma consistência e qualidade ao nosso jogo interior. Artur esteve muito seguro, e fez três boas defesas, na sequência de contra-ataques russos, em alturas chave do jogo.
Rodrigo e, em especial, Sálvio, estiveram bastante aquém do que a equipa necessitava. Sálvio foi especialmente irritante, porque nunca decidiu bem as jogadas, foi sempre complicativo, perdulário, e esteve inúmeras vezes ausente do seu posicionamento, permitindo a ocorrência de situações de perigo para a equipa. Bruno César, que rendeu Lima aos 74 minutos, e André Gomes, que substituíu Maxi Pereira aos 82 minutos, não trouzeram nada de novo ao jogo, tendo estado abaixo do que se esperava.
 
 
A nós próprios, ficámos a dever mais dois ou três golos.
O árbitro alemão, Mark Floren Mayer (um nome a lembrar...), ficou-nos a dever um golo, já marcado, e... dois penaltys!
 
(O pior da noite foi a derrota do Barcelona em Glasgow, por 2-1, contra um adversário que joga um futebol apenas físico e que, em minha opinião, é a pior equipa do grupo. O que aconteceu nos dois jogos que disputaram com o Barcelona, não foi sorte; foi, objectivamente, um inaceitável abuso da felicidade própria e do extremo azar dos catalães!...
De qualquer forma, esses jogos provaram que todos os resultados são possíveis. Quando se joga com garra e entrega total... que é uma coisa que não se pode dizer dos jogos que já disputámos nesta edição da Champions!)

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