Foi uma boa vitória sobre o Nacional.
Ainda mais valorizada por ter sido obtida contra 14!!!
O jogo começou com a equipa em bom ritmo, a dar mostras de querer resolver o jogo cedo.
Garay marcou aos 9 minutos, tranquilizando equipa e adeptos. E logo a seguir, Rodrigo quase fez o 2-0, não fosse a brilhante defesa do guarda-redes adversário (o que já ninguém estranha, naturalmente...). E ainda antes de concluído o primeiro quarto de hora da partida Cardozo, de pé esquerdo, mandou a bola ao poste direito da baliza do Nacional, com o guardião já batido...
Era um bom momento do jogo, com o Nacional totalmente encostado às cordas. E ainda mais ficou quando, aos 21 minutos Cardozo, em frente à baliza, sobre a linha de pequena área, encostou para o 2-0, depois de uma jogada fabulosa de Gaitán (finalmente a começar a encontrar o seu ritmo e uma forma mais condizente com o que já mostrou...), que serpenteou entre a defesa do Nacional, na direita do nosso ataque, e ofereceu o golo ao Cardozo.
O Benfica carregava continuamente sobre a defesa do Nacional, com Aimar em muito bom plano, Nolito e Gaitán a rasgarem pelas alas, e com Rodrigo a aparecer em todo o lado, ora tabelando, ora desmarcando-se para finalizar.
Apenas destoava a exibição inexplicavelmente (ou talvez não...) paupérrima de Emerson, que não subia no seu flanco, não defendia bem (embora tivesse pouco trabalho...) e perdia bolas estúpidas, tanto por acção como por omissão. Também Matic aparecia um pouco trapalhão, apesar de esforçado e taticamente correcto. Na direita da defesa, na impossibilidade de alinhar Maxi Pereira, J. Jesus inventou e colocou no seu lugar Witsel. Pareceu-me uma aposta desnecessariamente arriscada (afinal havia, entre outros, Miguel Vitor, que já fizera o lugar, e bem...), a qual não teve consequências porque, embora o belga tenha perdido algumas disputas e não tenha coberto com total segurança aquele flanco, o Nacional atacou pouco, tal era o sufoco na sua retaguarda...
De qualquer forma, o jogo mantinha-se de sentido único, ou seja, na direcção da área do Nacional. Até que, à passagem da meia hora, um cabrão que por ali andava, vestido de negro, inventou (certamente a mando "de quem muito bem sabemos...", como diria Octávio Machado...) um penalty contra o Benfica!
Confesso que pior do que aquele, nos últimos tempos, no Estádio da Luz, só me recordo de um, num Benfica-Sporting, em que o Jardel, sem ninguém num raio de 3 metros, saltou sózinho e caíu estatelado no chão. Certamente alguma corrente de ar que por ali passou...
Foda-sssssseeeeeeee!!! Não pode ter sido um erro do árbitro. O cabrão do Jorge Sousa vinha mesmo com serviço encomendado!!! Ele e a sua restante quadrilha, claro. Foras-de-jogo mal tirados, e os duvidosos sempre a penderem para o lado de quem defende (ao contrário do que diz a lei...) foram mato!...
Foi, portanto, uma vitória... contra 14!!! Mas sabe bem quando é assim. Aliás, até sabe melhor. E melhor saberia, ainda, se o Artur tivesse defendido o penalty...
O que é facto é que, a partir daí, e por uns momentos, a equipa perturbou-se um pouco. E nesse período voltaram a perder-se bolas impensáveis, muitas delas na zona de construção do ataque, resultando algumas em situações absolutamente evitáveis. Por momentos, nem parecíamos a mesma equipa...
Até que, aos 39 minutos, Nolito, sobre a esquerda do nosso ataque, fez um passe de grande classe, a isolar Rodrigo, que se desmarcou magistralmente, driblou o guarda-redes adversário e, com o pé esquerdo, rematou para o fundo das redes. Mais um golo espectacular, a quebrar por completo o adversário. E a desanimar bastante - digo eu... - o cabrão do Jorge Sousa...
Mesmo antes do intervalo, Gaitán, com um bom passe, a culminar uma jogada colectiva de belo recorte, isolou Aimar e este, na cara de Marcelo, falhou na finalização. Uma jogada que, sem dúvida, merecia golo. Para a equipa, e para Aimar, que esteve muito bem neste jogo.
Após o intervalo, o Nacional apareceu mais atrevido, tentando minimizar o prejuízo. Os primeiros momentos da nossa equipa não foram nada bons, até porque o Nacional apareceu com mais velocidade e com mais gente no ataque, apostando nas jogadas pela esquerda da nossa defesa (Emerson, claro...)...
E foi mesmo por aí que surgiu o único erro dos nossos centrais, que poderia ter resultado no 3-2. Candeias, que havia entrado ao intervalo, passou por... Emerson e centrou rasteiro, cruzando a bola toda a pequena área, com Garay e Luisão a chegarem atrasados ao lance. A sorte foi que os dianteiros do Nacional também não chegaram a tempo...
O adversário mantinha alguma intencionalidade e determinação na disputa do jogo, mas este estava controlado, mesmo dominado, pela nossa equipa. Logo a seguir a esta falha defensiva nossa, Rodrigo foi desmarcado na zona central do ataque e fez golo, mas o lance foi anulado por pretenso fora-de-jogo. Uma vez mais um lance muito duvidoso, em que a equipa de arbitragem beneficiou a equipa que defendia...
O Benfica continuava a carregar, e Nolito, à passagem do primeiro quarto de hora da 2ª parte, rematou muito forte e colocado, para mais uma boa defesa de Marcelo. Mas, logo a seguir, depois de Aimar ter sido substituído (foi justamente ovacionado pelos mais de 53.000 adeptos presentes no estádio...) por Miguel Vitor, Rodrigo foi lançado em profundidade, sobre a esquerda, e rematou cruzado, fora do alcance do guardião madeirense, fazendo o 4-1. O Benfica estava de novo muito forte, e o Nacional literalmente encostado às cordas...
A entrada de Miguel Vitor fez deslocar Witsel para o vértice do meio-campo mais próximo do ataque, ficando a direita da nossa defesa entregue ao substituto de Aimar. Witsel teve mesmo um bom remate, em zona frontal, que proporcionou mais uma defesa muito complicada a Marcelo, rente ao chão. E, logo de seguida, Rodrigo, isolado, não conseguiu rematar, no que podia (e devia...) ter sido o 5-1. Também Cardozo, logo a seguir, desperdiçou uma excelente oportunidade, rematando em jeito, mas com a bola a sair ligeiramente ao lado da baliza de Marcelo.
A um quarto de hora do fim, Rodrigo saíu para entrar Nélson Oliveira e, pouco depois, Gaitán deu o seu lugar a Bruno César. Pelo meio, mais uma boa oportunidade desperdiçada por Cardozo. Cardozo que ainda teve uma ocasião de ouro para bisar na partida, quando, na sequência de um canto, Danielson o puxou no coração da grande área, cometendo uma falta que não deixou ao cabrão do Jorge Sousa outra opção que não fosse assinalar a grande penalidade. Mas Cardozo, alguns penaltys depois, voltou a falhar, mais uma vez atirando por cima da trave. Foi pena. Teria dado outra justiça ao resultado e somado mais um à conta pessoal do paraguaio que, pelo que deu ao jogo, não merecia falhar o penalty. Isso mesmo foi reconhecido por todos nós que estivémos no estádio, quando, logo após ter falhado a conversão, gritámos bem alto o seu nome...
Em suma, foi um jogo que poderia (deveria, até...) ter dado em goleada, tal foi a produção atacante da equipa, mas que deixou nota de alguns períodos menos conseguidos e, mesmo, jogados com a preocupante repetição de alguns erros do passado recente.
E mais uma vez sofremos golo em casa, em jogos para o campeonato, embora, desta vez, ele tenha sido marcado... pelo cabrão do árbitro! Filho de puta!!!
(Já agora, a propósito, é curioso registar que, para o campeonato, na Luz, apenas não sofremos golo do Zbordem...)
Individualmente, gostei do Rodrigo, mas também do Aimar, do Nolito (não consegue jogar mal, o puto...) e do Cardozo. O Gaitán esteve espectacular... a espaços. Está a subir, mas é preciso mais constância e também, sobretudo, participar, sempre, nas tarefas defensivas.
A defesa esteve regular, mas não impecável. Witsel esteve muito melhor quando actuou em zonas do terreno que lhe são familiares. Matic cumpriu, até com distinção, de certa forma, mas a bola não flui muito bem nas suas botas. Artur esteve à altura, embora não tenha tido muito que fazer. O grande berbicacho continua a ser o lado esquerdo da defesa. E não pode ser acaso: é que é quase sempre assim. Ontem, então, Emerson esteve particularmente infeliz...
Quanto aos substitutos, não trouxeram muito à equipa. Miguel Vitor cumpriu, e até se envolveu na manobra ofensiva. Nélson Oliveira e Bruno César estiveram muito aquém do que é o seu rendimento médio.
Agora, temos que prestar especial atenção ao jogo com o Zenit, fazer tudo para trazer de lá uma vitória e, no subsequente imediato, afinar mentalidades e estratégias para Guimarães.
O jogo da próxima jornada vai ser muito complicado, mas é imprescindível vencê-lo. Mesmo que seja contra 14...
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