quinta-feira, 22 de março de 2012

É difícil jogar à Benfica?...


Afinal, pecou por escassa a vitória (3-2) sobre o CRAC para a Taça da Liga...
Escassa porque, além dos golos apontados, os ferros da baliza adversária defenderam mais três remates com selo de golo!

Mas, afinal, o que é que mudou em relação aos últimos jogos?
A mudança mais notória foi que, ontem, se jogou com garra, com humildade e querer. Jogou-se, portanto, à Benfica!
Houve erros? Sim, muitos. Em especial depois de termos feito o 1-0, logo aos 4 minutos, e no decorrer da 2ª parte. Houve passividade? Sim, alguma. Nomeadamente depois da nossa vantagem inicial. Houve incompetência na hora de finalizar? Sim, houve. Embora, também, com muito azar à mistura...
Mas houve, claramente, uma vontade inequívoca de vencer, sem inventar e sem entrar em vedetismos. E foi aí que esteve a chave da vitória. Apesar da bola ter teimado, inúmeras vezes, em não entrar...

Depois do 1-0, obtido num lance de grande classe e muita garra do Maxi, sofremos o empate num remate inofensivo (e consentido...) do argentino Lucho, que desviou em Javi Garcia e traíu Eduardo, já lançado para o lado contrário. E pouco depois, na marcação de um canto, o francês Mangala subiu à bola, sozinho, entre os centrais, muito passivos, e fez o 1-2. O jogo tomava parecenças com os últimos desafios: passividade total, muito pouco voluntarismo, erros individuais e colectivos, enfim...
Só que, depois de ter estado alguns minutos perdida em campo, a equipa reagiu e exibiu um comportamento guerreiro e uma vontade enorme de vencer, e foi empurrando o adversário para junto da sua baliza, criando sucessivos lances de ataque e ameaçando marcar a qualquer momento. E, mesmo depois de Nolito ter feito o emapte a 2-2, pouco antes do intervalo, o resultado ainda era injusto. Pelo meio ficaram 3 bolas nos ferros na baliza de Bracali, e mais uma mão cheia de situações de golo eminente, finalizadas não da melhor maneira, ou defendidas pelo guardião adversário.



Na 2ª parte, já com Gaitán e Cardozo em campo (substituíram Bruno César e Nélson Oliveira), o argentino fez um passe espectacular para o paraguaio que, ganhando em corrida ao central adversário, rematou de pé esquerdo, ainda de fora da área, fazendo um golo de belo efeito.
Daí até ao final a equipa foi mais cautelosa, mas esteve sempre mais perto de voltar a marcar do que o adversário. Quase no final do tempo regulamentar Luisão ainda rematou, com muito perigo, à entrada da grande área, para uma defesa in extremis de Bracali.

No jogo de ontem gostei das exibições de Cardozo, Maxi Pereira e Witsel. Aimar, Nolito, Gaitán e Luisão também estiveram globalmente bem. Nélson Oliveira não esteve muito bem, mas acabou por cumprir, o mesmo acontecendo com Capdevilla. Muito sinceramente, acho-o bem mais consistente que Emerson, mesmo se não se incorpora tanto no ataque como o brasileiro. Eduardo esteve seguro e não teve culpas em nenhum dos golos. Os menos eficazes ontem foram Jardel, Saviola e Bruno César, embora não tenham estado assim tão mal...

Este jogo foi radicalmente diferente dos anteriores...
Se jogar concentrado, com garra, humildade e sem vedetismos bacocos e escusados, o Benfica pode vencer os seus jogos. Se voltar a pautar as suas exibições pelos mesmos moldes das últimas partidas, então é esquecer qualquer objectivo que se tenha, interna ou externamente...

Afinal não é difícil jogar à Benfica...

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