sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Somos a Memória e a Responsabilidade...


Somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos.
Sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir.
                                                                      José Saramago

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tanto sofrimento, tanta ansiedade, tanta precipitação...


Acabei de chegar da Catedral.
Estou extenuado. Não do regresso a casa, mas do cansaço que me provocou assistir ao jogo desta noite. Foi um sofrimento profundo assistir à ansiedade que a equipa revela, à precipitação que os jogadores evidenciam no desenvolvimento das jogadas, enfim... decididamente, foi um exercício impróprio para cardíacos.
Apesar disso, hoje houve mais nervo, mais entrega ao jogo, mais querer, embora a equipa esteja, mesmo, muito longe daquilo que pode, deve e tem de produzir.
O resultado é justo - quanto a mim peca por escasso... - mas a exibição deixa-me com um indisfarsável amargo de boca. Vencer o Braga por 2-0 não é mau. Mas o Braga que esteve hoje na Luz não foi um adversário difícil. Pelo contrário, esteve bem aquém daquele que nos visitou para o campeonato. A nossa defesa deu e sobrou para as (muito) poucas situações de apuro criadas. Mas a construção ofensiva ficou a anos-luz do que reamente tem que ser. Cardozo esteve apagadíssimo. Saviola foi também perdulário e, não fosse o golo apontado, poderíamos dizer que totalmente ineficaz. Aimar apareceu quase apenas no lance do 2º golo, que apontou. Enfim... foi mais uma exibição em que prevaleceu a precipitação, o atabalhoamento e a pouca eficácia, reincidentemente vistos esta época. E onde esteve sempre presente o sofrimento do costume, claro...
É verdade que o mau momento deixa os jogadores ansiosos e em crise de confiança. Mas dá que pensar como é que profissionais com a experiência, a classe e a qualidade, inquestionáveis, dos nossos jogadores, falham passes a cinco metros, chegam quase sempre mais tarde à bola, fazem faltas desnecessárias em zonas proibidas, falham execuções técnicas simples e ocasiões de golo incríveis.
Há que inverter a situação, urgentemente, sob pena de se hipotecar em absoluto o que resta da época. E nós, sócios e adeptos, temos de assumir um papel decisivo nessa inversão, porque, tal como devemos apoiar de forma apaixonada, também devemos ser exigentes e vigilantes para que ninguém se deixe adormecer. O facto é que as mais recentes manifestações de desagrado tiveram alguma consequência, vendo-se hoje uma atitude já mais consentânea com o que seria natural acontecer.

De positivo, tenho que referir a postura de Jorge Jesus, quer na antevisão ao jogo, quer depois do mesmo, nomeadamente ao dar o peito às balas e assumir as responsabilidades pelo menos bom momento da equipa, inclusivamente assumindo que o facto de alguns jogadores não estarem a corresponder ao esperado é culpa sua, por ser ele quem os treina durante a semana e quem decide pô-los a jogar, em detrimento de outros.
Também tem que se considerar positivo o facto de ter ficado provado que temos uma alternativa real, de qualidade, para a nossa baliza. Júlio César esteve absolutamente impecável.
Por último, registo ainda como altamente positivo o apoio que foi dado à equipa durante todo o jogo, mau grado a exibição ter ficado muito aquém do desejado, e de ter sido uma vitória altamente sofrida.

Será que as coisas podem começar, realmente, a mudar?...
Vamos lá, todos, cumprir o lema: E pluribus unum!!!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vergonhoso!!!.......



Absolutamente vergonhoso!!!.............

Aquele conjunto de fulanos que hoje, no relvado da Luz, representando as cores do Glorioso (ainda bem que não jogaram como o Manto Sagrado tradicional, vermelho...),  se entreteve, positivamente, a passear durante noventa minutos, desrespeitando, sem qualquer tipo de pudor, o clube e os seus adeptos, escreveu um dos mais negros episódios da nossa história.
O jogo com o Schalke 04 - onde se jogava, para além do prestígio da instituição, o acesso à fase seguinte da Liga Europa e quase um milhão de euros, pelo menos... -  foi jogado sem qualquer vontade, sem garra, sem entrega. Foi um longuíssimo bocejo, proporcionado por um conjunto de auto-assumidas vedetas, arrogantes e vaidosas, birrentas, malandras e nada profissionais. Um vómito autêntico, para quem, como eu, sou capaz de rasgar as entranhas pelo meu querido clube.
Voltei à Catedral depois de lá ter estado no jogo com o Olhanense, do qual saí completamente prostrado pela mediocridade do nosso futebol e pela total ausência de atitude da equipa. Hoje, foi ainda pior. Mesmo muito pior do que eu poderia ter imaginado!
Aqueles infelizes que hoje nos envergonharam - inclusivamente no pós-jogo, às câmaras da televisão, exibindo semblantes descomprometidos e até sorridentes... - não tiveram qualquer consideração por muitos benfiquistas sofridos que hoje foram ao estádio com um enorme esforço financeiro, cada vez mais penoso nesta época particular de crise!
Tenham vergonha, mercenários!!!
Deixem-me, por uma vez, com a maior das sinceridades, dizer-vos o que me vai na alma:

          Vão p'rá real puta que vos pariu!!!

Vocês, decididamente, não merecem o Benfica, nem os benfiquistas!!!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Da paixão...



          Investe-se maior paixão para obter o que se não tem,
          do que para conservar o que já se tem...

                                                                                               (Stendhal)

Continua a ser penosa a caminhada da nossa equipa de futebol sénior na presente época desportiva...
É verdade que, depois da derrota de Tel-Aviv, os últimos jogos realizados para o campeonato se saldaram por duas (justas) vitórias. Mas ambas se verificaram sobre adversários fracos (Beira-Mar, fora, e Olhanense, na Luz), e resultaram de exibições pobres e descoloridas, as quais voltaram a deixar a descoberto uma equipa sem chama, apática, a jogar a passo e a cometer muitos erros, especialmente no meio campo defensivo e, em particular, ao nível da defesa.

É preciso voltar a sentir uma infinita paixão pelo clube, ser determinado nos propósitos e abnegado na disputa de toda e cada uma das contendas desta empresa. Só assim foi possível conseguir-se os sucessos da passada época desportiva. E só assim os conseguiremos repetir, no presente e no futuro.

Stendhal disse (escreveu...) que se investe maior paixão para obter o que não se tem, do que para conservar o que já se tem.
Cabe-nos a nós - a todos nós, benfiquistas... - sermos sempre e cada vez mais ambiciosos. Como se o muito que já temos fosse apenas uma parte ínfima do que queremos, decididamente, vir a ter.
Temos de ser exigentes, tomando sempre o infinito como meta. Investindo toda a paixão que nutrimos pelo Benfica, claro...

Que seja assim amanhã, com o Schalke 04, no próximo fim-de-semana, com o Braga, e em todos os outros desafios que enfrentaremos no futuro.
Vamos viver o Benfica com desmedida paixão...

domingo, 28 de novembro de 2010

E pluribus unum!


Desde o jogo da passada 4ª feira, em Israel, tenho-me sentido envolvido num turbilhão de sentimentos, algures entre a planície da resignação e a cordilheira da revolta.

Os dirigentes, equipa técnica e jogadores, também não ajudaram em nada. Entenda-se, a apaziguar a intempérie e a orientar as velas na direcção mais favorável.
De facto, num primeiro momento, a sua ausência e total silêncio doeu quase mais do que a humilhante derrota e consequente eliminação da Champions. E quando falaram foi para sacudir a água do capote, arranjar desculpas para o indesculpável e, como sempre tem sido, até agora, assobiar para o lado, não assumindo, com a determinação que se exigia, as medidas e atitudes indispensáveis para ultrapassar o mau momento.
O Presidente diz que o treinador tem a equipa que quis ter. O treinador, sem assumir o seu descontentamento, diz que não se pode descrer de jogadores de quem outros dizem ter valor. Os jogadores, quais virgens ofendidas, reagem mal a quem os critica pela sua prestação, que, contudo, reconhecem estar aquém da devida e legitimamente esperada. Os sócios e adeptos esgrimem argumentos a favor e contra, e esmeram-se em rotular de mau, e de bom, benfiquista, quem critica, ou apoia a actual gestão.
Qual o denominador comum de todas estas situações? Claro que, como se percebe claramente, cada qual está a olhar para o seu umbigo, para o seu posicionamento face ao problema, de forma egoísta e abjecta, esquecendo o lema do clube: E pluribus unum!
Esse é - esse tem sido, nos últimos anos!... - o verdadeiro problema do Benfica. A perda da inequívoca identidade de grupo, do espírito de equipa, do sentido colectivo, e a emergência das vaidades pessoais, dos projectos e ambições individuais desmedidos - muitas vezes alimentados, e até motivados, por agentes terceiros, movidos por interesses económicos e/ou por serviços em favor de outros... - têm conduzido à galopante descaracterização do universo benfiquista e ao desaparecimento dos seus valores de referência: uma vontade imensa de vencer, uma garra sem igual, a luta até à exaustão e uma crença sem limites.
O Benfica sempre foi um clube abnegado nas suas disputas, digno nas vitórias e nas derrotas, e humilde no seu viver. Foi... e tem de voltar a ser.

Só com muita disciplina, total entrega e grande humildade, voltaremos a ser o verdadeiro Benfica.
Só esse será capaz de nos arrebatar verdadeiramente, inflamar a alma com a chama imensa
                    Que nos conquista
                    E leva à palma a luz intensa
                    Do sol que lá no céu
                    Risonho vem beijar
                    Com orgulho muito seu
                    As camisolas berrantes
                    Que nos campos a vibrar
                    São papoilas saltitantes.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Buraco Negro!!!


Estive quase dois meses sem escrever neste espaço. Razões profissionais, mais concretamente um total e esgotante envolvimento numa parceria académica, fora de Portugal, impedriram-me, liminarmente, de deixar aqui registos diários, como gostaria.
No âmbito da minha profissão, estive, então, envolvido no desenvolvimento de um projecto de investigação na área da energia. Aprofundei, de entre muitas outras temáticas, o conhecimento que tinha dos vulgarmente denominados buracos-negros.

Reflectindo sobre o nosso clube, concluo que o Benfica pode ser comparado a um buraco-negro.
Porque, dele, nada nem ninguém pode escapar; quem o ama, desenvolve paixão avassaladora de que não consegue libertar-se...
Porque, nele, tudo é consumido, vorazmente; quem se lhe associa, perde invariavelmente propriedades individuais, transferidas para o potencial energético do próprio buraco-negro...

Mas, também - de uma forma mais eufemistica - porque não parece ter fim o turbilhão concêntrico que tudo arrasta e devora. Desde os créditos e as capacidades de ontem, à descrença e desânimo dos adeptos!
Tudo isto a propósito - pois claro!... - do desencanto que tem constituído esta época desportiva. Época e antecedente pré-época.
Uma equipa campeã que, mesmo não tendo sido super consistente, tinha feito um bom campeonato, com méritos próprios, eclipsou-se por completo, do dia para a noite.
Um espírito de luta e conquista como há muito não se via, esfumou-se violentamente.
Um treinador interventivo, exigente e ambicioso, reduziu-se, agora, a um conjunto de tibiezas, equívocos, erros comprovados, opções duvidosas e desculpas infindáveis e muito pouco credíveis.
Um plantel desportiva, fisica e animicamente forte, deu lugar a um grupo amorfo, pouco voluntarioso, deslumbrado e expectante face a percursos individuais futuros.
Enfim... um cenário muito negro, de um clube que parece caído num buraco-negro, de onde não parece possível sair...

Depois de uma pré-época a roçar o miserável, de um início de época ao nível do que de pior já nos aconteceu (se não mesmo pior do que isso!), juntaram-se as exibições insistentemente descoloridas, a provada incapacidade de reverter situações negativas, os resultados (pesados!) que nos entristecem o quotidiano e envergonham a nossa história, a inenarrável campanha nas competições europeias - que hoje tocou o ponto mais baixo com a derrota em Tel-Aviv... - e o completo desânimo da massa associativa e adepta.
Depois do que tem sido este início de época, e face à comprovada incapacidade de dar a volta à situação, apesar de um monumental orçamento, é urgente a tomada de medidas. Que terão de ser drásticas, parece-me a mim. Jorge Jesus já não detém o domínio do grupo, provavelmente por um conjunto de atitudes que tomou, de motu proprio, e de forma algo aventureira e totalitária. Alguns jogadores estão visivelmente contrariados e desmotivados, seja por não se terem concretizado situações ligadas à gestão da sua carreira desportiva, seja por se verem confinados a espaços de limitada utilidade dentro do grupo. Os sócios e adeptos já perceberam que, afinal, há muito mais coisas para além da arbitragem tendenciosa, do puro azar ou da ocasional má exibição...
Há que tomar medidas, já.
Para evitar que continuemos a bater os mais impensados recordes. Negativos, claro...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

NÃO!!! NÃO!!! NÃÃÃÃÃÃÃO!!!!!........


Estou farto de pseudo-vedetas!!!
Estou farto de pseudo-tecnicistas que se passeiam pelo campo e não têm rendimento real nenhum!!!
Estou farto de gente que envergonha, despudoradamente, o Manto Sagrado!!!
Estou farto, farto, farto!!!!!!

Depois do paupérrimo jogo do passado fim-de-semana, na Madeira, com o Marítimo, que se traduziu numa magra e desconsolada vitória, e depois do vómito com que assisti, ao fim da tarde, ao anúncio das medidas ditas anti-crise, paridas de um governo que já me enoja profundamente, só mesmo uma exibição miserável como a desta noite, frente ao Schalke 04, para completar o enterro!!!

Isto não é o Benfica; é uma somente uma caricatura barata daquilo que ele é, realmente.
Isto é um pesadelo!
Há que acordar. Rapida e urgentemente...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Soube bem...


Soube bem a vitória (2-0) deste fim-de-semana sobre os eternos rivais.
Bem, não se pode dizer que foi o que queríamos que fosse. Quero dizer, com uma exibição de gala e muitos golos. Mas, ainda assim, foi um jogo seguro, bem conseguido, com suor na camisola e o dever cumprido no fim da partida.
Foi, também, uma boa partida do "Tacuara" Cardozo, a fazer os dois golos da contenda e a mandar uma bola ao poste, embora também tivesse falhado outras tantas ocasiões.
A defesa, ao contrário do sucedido nas partidas anteriores, esteve relativamente segura, embora aqui e ali tenham permitido alguma margem de manobra aos atacantes adversários. No meio-campo, contudo, continuam a cometer-se erros imperdoáveis, os quais, quase invariavelmente, se transformam em jogadas de perigo para a nossa baliza. Este aspecto, que é reincidente, bem como o facto de termos voltado, ontem, a ter menos posse de bola que o adversário, deixa-me apreensivo. O que se estará a passar? Mudança de táctica de jogo? No me gusta, pero...
Em sentido contário, fiquei satisfeito por ver que, mesmo já a vencer por dois golos de diferença, a equipa pressionou sempre o adversário e não o deixou jogar.
Uma nota final para a arbitragem. Ganhámos, é verdade. Mas a arbitragem voltou a ser descaradamente vergonhosa, nomeadamente no que diz respeito aos aspectos disciplinares. Com mais um arraial de cartões amarelos (... Mas porque é que o Benfica só tem sarrafeiros na equipa?...), Carlos Xistra tudo fez condiciconar os nossos jogadores e, por certo, cumpriu a encomenda de nos crivar de amarelos, possivelmente com vista a alguns arranjinhos à maneira em vésperas de jogos importantes. O Benfica é, só (!!!) a equipa com mais cartões amarelos do nosso campeonato!!! Tenham vergonha!!!
Não se pode desarmar, no combate à corrupção e ao compadrio.
Vamos manter a guarda alta e avançar, determinados, na defesa do Benfica, e lesar, objectivamente, quem não nos respeita e nos tem prejudicado continuadamente.
Eu não vou desarmar!

sábado, 18 de setembro de 2010

É pouco...


... Foi muito pouco!
Não pude estar no estádio, na passada 3ª feira. Estive fora de Portugal, e nem tive possibilidade de ver a transmissão do jogo. Só esta noite consegui ver uma gravação do encontro com o Hapoel.
E, sinceramente, fiquei extremamente desagradado com a exibição da equipa. É verdade que, quer para a contabilidade, quer para a história, o que conta é o resultado. Mas o que é verdade é que não estivémos nada bem.
O Benfica foi, nesse jogo com o Hapoel, uma equipa sem chama, pouco pressionante, que nunca funcionou no colectivo, que jogou a passo, e que cometeu, sobretudo no sector defensivo - e em especial na zona central... - uma série de pequenos erros, fruto de desatenção reincidente e continuada, que poderiam ter originado um resultado muito negativo se não fosse o maior acerto que Roberto revelou hoje. Este, longe de ser brilhante, resolveu com eficácia três ou quatro situações de muito perigo, originadas por erros defensivos.
Não deixa de ser curioso que, numa vitória de 2 a 0, para a Liga dos Campeões, seja difícil fazer destaques pela positiva na equipa vencedora. Mas é mesmo assim. De facto, de positivo, só a exibição de Aimar, a fazer lembrar a boa forma da época passada, o jogo esforçado de Carlos Martins - que esteve bem a tentar criar espaços - e a abnegação de Ruben Amorim, que Jorge Jesus pôs a jogar em quase todos os lados, ao longo da partida: lateral esquerdo, ala esquerdo, ala direiro, médio centro...
Por outro lado, não me lembro, nos últimos tempos, de um jogo no Estádio da Luz em que o Benfica tenha tido menos posse de bola que o adversário. Aconteceu hoje...
A equipa está muito aquém do que produziu no passado mais recente. E isso é algo que não pode, de todo, ser explicado pelas saídas do Ramires e do Di Maria. Até porque nos reforçámos com outros jogadores, de reconhecida qualidade. Já escrevi, e tenho dito várias vezes, que me parece que o sucesso do ano passado pode ter feito mal - pode ter subido à cabeça, como se costuma dizer... - a algumas pessoas. Jogadores e não só.
Parece-me que Jorge Jesus precisa, urgentemente, de parar para pensar. Pensar na equipa, no que (não) está a jogar, na (in)eficácia das opções tomadas, no que é urgente fazer de imediato para minimizar as perdas... e também questionar a sua própria acção, a nível de liderança e ao nível da gestão técnico-táctica. É que mesmo ele, Jorge Jesus, está bem diferente do Jorge Jesus que conhecemos no passado. No caso, para pior. Sem qualquer dúvida.
Ou fazemos mais, muito mais, com o recreativo de alvalade, ou, no domingo, vamos envergonhar o nosso passado.
E enegrecer o nosso presente, claro...

domingo, 12 de setembro de 2010

Revolta e impotência


Depois da forte náusea provocada pelas incidências do jogo de ontem, com o Guimarães, invade-me, agora, um profundo sentimento de revolta, ao que se junta uma desagradável e perturbadora sensação de impotência..

A revolta tem duas origens: a incompreensível e inadmissível falta de acerto, rendimento e atitude da nossa equipa, por um lado, e a nogenta e despudorada actuação desse energúmeno que dá pelo nome de Olegário (Olarápio) Benquerença, acolitado, a contento, pelos seus pares.
Acerca da parte pela qual só nós respondemos, já ontem aqui escrevi que me preocupa ver a equipa muito diferente, para pior, apática, descrente, sem chama nem garra, com pouca entrega ao jogo, muito desconcentrada, e muito pouco eficaz. Jorge Jesus também não me parece estar a responder à altura das necessidades e, pior do que isso, está a insistir em soluções que provaram, reincidentemente, que não resultam. Os dirigentes - e também a equipa técnica, claro... - preparam a pré-época, e as contratações e dispensas, em modos e em timings absolutamente despropositados, permitindo, assim, a emergência de factores potenciais de grande desestabilização no seio da equipa. Creio, sinceramente, que se estão a cometer demasiados erros, que não há uma estratégia concertada de gestão, e que, também por isso, há muita gente a falar demais, e muitas vezes, sem a necessária contenção e cuidado, indispensáveis para proteger o grupo e favorecer a sua prestação desportiva. Nesta altura, o que faz falta é falar muito pouco, trabalhar muito, ser-se abnegado, humilde e voluntarioso. No fundo, colocar o foco no colectivo e esquecer, total e liminarmente, o individual.
Aliás, particularmente neste momento, em que a generalidade da comunicação social espalha o seu mais nogento vómito sobre a nossa equipa, seja para a achincalhar ou para lhe tirar o mérito que tenha tido, seja para branquear a actuação dos árbitros, seja, ainda, para omitir deliberadamente incidências que objectivamente nos prejudicam e pretendem desanimar, a estratégia teria de passar, na minha opinião, por um quase black-out de notícias e por um fechar de portas assumido e inflexível a jornais, rádios e televisões, particularmente aos agentes que andam no meio a prostituir-se, a soldo de terceiros.
Relativamente aos apitadores, parece-me que pouco, ou mesmo nada, poderemos fazer. De facto, depois do que (não) resultou do "Apito Dourado", onde mesmo depois de se provar factualmente as acusações, os visados continuaram à solta, sem serem incomodados, e ainda beneficiaram de uma série de subterfúgios e de incontinências legais para nem sequer se sentarem no banco dos réus, os corruptos, os corruptores e os corrompidos, voltaram ainda com mais desfaçatez e sobranceria ao mundo da fruta (no feminino... e no masculino!) e do leite com chocolate, das casas de alterne, dos cheques gordos e das viagens de férias pagas, extensíveis à família. Temo que seja mesmo necessário algum "acidente", que deixe alguém com marcas para o futuro, ou mesmo com passagem só de ida para a sua última morada, para que os bandidos percebam que, afinal, podem até não ter tempo de gozar as benesses recolhidas a troco da sua nogenta actuação em favor de uns e em prejuízo premeditado de outros.
Relativamente a estes, tenho um sentimento de grande impotência, em especial porque agora perderam a vergonha, depois de terem já perdido, completamente, o medo.

Porém, não podemos ficar de braços caídos. Há que dar luta. Uma luta sem quartel e sem tréguas, tenaz e determinada.
Tenho ouvido falar de muitas e variadas sugestões. Pela parte que me toca, e sem prejuízo de vir a participar ou contribuir em acções colectivas, já comecei a ajudar para que se reduza a quota de mercado de todas as marcas e instituições que, de uma forma ou de outra, patrocinem, apoiem ou protejam os nossos adversários. Sejam elas de cariz comercial, institucional ou da área da comunicação social. Alguns exemplos:
a) MEO em vez de ZON;
b) SportTV cancelada;
c) Não comprar jornais desportivos, ou, comprando pontualmente, comprar apenas A Bola;
d) Cerveja é Sagres. Super Bock ou Carlsberg, nem oferecidas;
e) Não ver nenhum programa televisivo desportivo;
f) Não ouvir nenhum programa desportivo radiofónico, seja informativo, seja de debate;
g) TVI, SIC e suas "sucedâneas" completamente esquecidas; RTP1, só pontual, e esporadicamente;
h) Ignorar completamente a TSF;
i) Não voltar a colocar os pés em qualquer estádio de futebol, ou pavilhão desportivo, de qualquer outra equipa, mesmo que a entrada seja gratuita;
j) Informar formalmente as entidades e instituições que se passam a penalizar, aludindo às razões dessa "penalização" (já o fiz - e em alguns casos, reiterei a informação).
A proósito, também enviei para a sede nacional do Partido Socialista, no Rato, uma comunicação a informá-los de que não voltarei a dar o meu voto ao PS ou aos seus candidatos, como protesto pelo relacionamento, ou mesmo envolvimento e cobertura, do partido e de seus dirigentes com gente assumida e comprovadamente corrupta e manipuladora, desde o Giorgio di Bufa ao Laurentino Dias.
O teor da carta é o seguinte:
"Tenho votado muito frequentemente - e quase invariavelmente... - no Partido Socialista, na generalidade dos actos eleitorais.
Ao longo dos tempos, tenho sido alertado para o facto de o PS ter, desde há muito, mantido relações de alguma relevância e intensidade com alguns agentes do mundo do futebol, nomeadamente no norte do país, mais propriamente na zona do Porto e arredores.
Acontecimentos, mais ou menos recentes, voltaram a chamar a minha atenção para esse facto. Episódios como o arquivamento (ou o encobrimento e minoração) do chamado "Apito Dourado", o relacionamento de uns quantos dirigentes e estruturas do PS com pessoas ligadas a esse processo - claramente culpadas, mau grado o desfecho do processo... - bem como as movimentações "mafiosas" e manobristas do Secretário de Estado do Desporto, em inúmeras ocasiões, ou os recentes episódios em torno da FPF e do Seleccionador Nacional, e o estado verdadeiramente calamitoso e descredibilizado a que chegou o futebol em Portugal e as suas estruturas e agentes, também no âmbito da arbitragem e do jornalismo desportivo, levam-me a uma reflexão mais profunda e a uma tomada de posição, pessoal: a partir desta data, nem mais um voto meu será depositado a favor do PS.
Creio, sinceramente, estar a contribuir para um país mais limpo e verdadeiro.
Com os melhores cumprimentos,
Ernesto D. Pereira"


Ser benfiquista, do meu ponto de vista, implica ser fundamentalista. Nesta fase, isso é absolutamente indispensável. E se tiver de fazer alguns sacrifícios, pois assim será.
Benfica, sempre! E sempre primeiro...

sábado, 11 de setembro de 2010

Duplamente enojado...


Voltámos a não vencer, esta noite, em Guimarães. Uma derrota por 2 a 1, num jogo onde era absolutamente proibido perder pontos!
Estou, de facto, duplamente enojado...

Enojado, porque não aceito que o clube pelo qual nutro desmedida e visceral paixão, apresente em campo uma equipa apática, sem ânimo, sem garra, sem vontade, sem brilho e sem idéias, com os jogadores a jogarem a passo e a chegarem sempre atrasados à bola, ou a entregarem-na aos adversários após intervenções inacreditáveis. E esta noite foi assim, em Guimarães. Infelizmente. A defesa, esteve a um nível quase miserável, com os centrais a não se sobreporem aos adversários - no 2º golo David Luís deixa-se antecipar infantilmente pelo atacante vimaranense, no coração da área, num lance pelo ar... - e Javi Garcia lento e muito pouco eficaz. O meio campo, foi muito pouco imaginativo, teimando em levar a bola nos pés para além dos limites, até a perder para os adversários ou em passes sem nexo, cobrindo-se de ineficácia e inconsequência prática. As alas, pouco ou nada se viram, sendo que a direita praticamente não existiu, e, na esquerda, era mais a vontade de Coentrão do que a sua virtude, ou a de Gaitán. Na frente, duas unidades de rendimento quase nulo, sendo - para mim, obviamente.... - quase revoltante a falta de garra e de entrega de Cardozo.
Não tenho dúvidas que algo está mal gerido no grupo de trabalho, seja a nível colectivo, seja individual. Vejo semblantes muito carregados, jogadores cabisbaixos, pouco disponíveis e, até, talvez, mesmo contrariados. Temo que o amor e carinho que os adeptos dispensaram à equipa fez mal a alguns. Sinto vaidades e tiques de vedetismo em muita gente, e alguma (injustificável!!!) arrogância, onde deveria existir humildade e entrega total.

Estou duplamente enojado porque, mais uma vez, esta noite, um excremento residual da espécie humana, que conspurcou o ventre materno durante um período gestativo, vestido com um uniforme que deveria ser sinónimo de imparcialidade, roubou - ou melhor, ROUBOU... - ostensivamente, a nossa equipa. Não tenho dúvida que se trata de um roubo, porque é impossível cometer erros em lances tão evidentes. Ficaram por marcar duas claríssimas grandes penalidades a nosso favor. Foi assinalado fora de jogo num lance em que Cardozo, em linha com a defesa, remata a vinte e cinco ou trinta metros da baliza e faz golo. (Cardozo ainda viu cartão amarelo...). Foi assinalado fora de jogo a Saviola que, correndo para passar entre dois defesas, se isola frente ao guarda-redes adversário. Foram mostrados cartões amarelos aos nossos jogadores (7 cartões!!!... ) em situações em que nem falta existiu...
Enfim... num esterco de país onde, com as evidências provados do nojo que foi o Apito Dourado, os que deveriam ter sido severa e exemplarmente punidos se mantêm livre e alegremente a manobrar os meandros sujos do nosso futebolzinho, não era de esperar outra coisa. Este é o país dos orgulhosamente corruptos, da fruta ao desbarato e dos favores exibidos publicamente de forma despudorada e descarada!!!
País de corruptos, corruptores e corrompidos, impunes por acção de uma (des)governação política protagonizada por personagens que envergonhariam qualquer refinado Cappo da Cosa Nostra...

Caíu-se no mais fundo lugar do poço. Também por acção de terceiros. Mas muito, muitissimo, por culpa nossa, sem qualquer dúvida!
E o pior serviço que se pode prestar ao Benfica, nesta altura, é desculpabilizar os jogadores, técnicos e dirigentes...
Foi confrangedor assistir à falta de reacção da equipa, após o segundo golo do adversário, ainda com cerca de 15 minutos (reais...) para jogar.

Ai... se tivessem um centésimo da garra e do querer que eu tenho...

domingo, 5 de setembro de 2010

José Torres - um grande homem...


José Torres recebeu ontem o último adeus dos seus muitos amigos e, concerteza, o pesar - mesmo que surdo, anónimo ou à distância - de muitos milhares de pessoas que puderam ser felizes por via da sua acção, como desportista e como homem. Fossem sócios, adeptos ou simpatizantes dos clubes onde actuou, enquanto jogador de futebol ou treinador, ou apenas simples pessoas que, por um motivo ou outro, tiveram o grande previlégio de poder apreciar a sua grandeza de alma...
Não tive a felicidade de o conhecer pessoalmente. Mas o que vim a saber da sua vida, nomeadamente através da comunicação social, nas ocasiões em que foi convidado, ou quando outros se lhe referiram, não me deixam qualquer dúvida quanto à sua grande capacidade de amar o próximo, de viver a vida com paixão e de contribuir, de forma abnegada e intransigente, para a felicidade do próximo.
Guardo, com especial carinho, recordações tão diversas da sua pessoa, como a grande paixão pelos pombos, ou a sua irrepreensível postura enquanto treinador da selecção de Portugal, na fase de apuramento e na campanha do Mundial de 1986 e, particularmente, na qualificação em Estugarda, frente à Alemanha, quando, com uma enorme alma e grande coração, proferiu, antes do jogo, a célebre frase "Deixem-me sonhar..."

Tenho, contudo, uma grande mágoa, enquanto homem e benfiquista: é que, como acontece vezes demais, nós nunca prestamos a devida homenagem e atenção aos nossos. Com o Torres também foi assim, infelizmente...
Confesso, até, que me desagrada profundamente que os que vestiram alguma vez o Manto Sagrado venham a defender outros emblemas. Aceito que muitos também assim o quiseram, mas fico triste, muito triste, por ser assim. José Torres, que terminou aos 42 anos a sua carreira de jogador (nos últimos anos já como treinador-jogador no Estoril...) e que fez 12 anos de águia ao peito (por fora e por dentro, como se sabe!), nunca deveria ter saído do Benfica.
E, claro, no mínimo, faltou prestar-lhe uma homenagem, pública, à altura daquilo que nos deu, a todos: a nós, benfiquistas, ao Benfica, e ao futebol português...

PS - Nem me apetece muito falar disso, mas não posso deixar de fazer uma referência ao miserável jogo da selecção de Portugal, em casa, em Guimarães, frente ao Chipre, com o resultado final de 4-4!!! Com uma defesa lastimável (com o Ricardo Carvalho e o Karate Kid no eixo) e um Eduardo na baliza a fazer uma exibição de descansar todos os benfiquistas pela sua não contratação, lamento profundamente que os jogadores tenham usado um fumo negro na manga, para homenagear José Torres. O "Bom Gigante" não merecia, decididamente, o que aqueles fulanos fizeram em campo...

domingo, 29 de agosto de 2010

Voltámos às vitórias...


Voltámos às vitórias. E isso era fundamental, sem dúvida.
Não estou particularmente entusiasmado com o jogo, nem com a qualidade do futebol praticado, nem com as incidências da partida, como costumam dizer os entendidos nestas coisas do futebol. Não senhor, não estou...

Analisando mais friamente o jogo, ficam-me alguns amargos de boca.
Como é possível falhar tantos passes e perder tantas bolas na fase de construção ofensiva, transformando jogadas de ataque nossas em potenciais jogadas de perigo para a nossa equipa?
Como é possível que, nesta fase da época, os níveis físicos de alguns jogadores ainda estejam, como estão, tão distantes do desejável?
Como é que é possível ser-se displicente e falhar passes a cinco metros, ou fazer faltas absolutamente desnecessárias, propiciando, assim, eventuais situações de perigo para a nossa baliza?
No final da partida, ouvi as declarações do Jorge Jesus. Pareceu-me bastante consciente de que as coisas não estão nada bem. Fico mais descansado por ver que o responsável técnico máximo não vai mascarar a situação, e está consciente de que temos de ser muito melhores do que temos sido.

Do jogo de hoje fica-me a satisfação de ver uma atitude muito solidária e empenhada da nossa equipa, bem como uma muito maior concentração no jogo.
Fica-me, ainda, a satisfação de ver jogadores a subir, claramente, de forma (Aimar, Javi Garcia, Gaitán...), a mostrarem sempre uma atitude guerreira (David Luís, Maxi Pereira...) ou a aparecerem, finalmente, mais entregues ao Benfica (Luisão...).
Mas fica-me, sobretudo, uma tremenda satisfação em ver que Roberto foi recuperado para a equipa. Apesar de manter vivas as memórias de uns quantos deslizes e de algumas falhas clamorosas, com custos na factura, nunca me pareceu que fosse ele - ou, pelo menos, só ele... - a causa das nossas desgraças. Nas derrotas deste início de época, a equipa não esteve nada bem, mas, sobretudo, também não esteve concentrada, nem foi solidária.

Há que aproveitar muito bem as duas semanas que temos até ao jogo de Guimarães!...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O sol...



Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela; mas há aqueles que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol.
(Pablo Picasso)
O Benfica é, claramente, o meu Sol!...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Não acontece nada...


O meu mundo está literalmente parado...
A nação benfiquista está em suspenso, digerindo - uns melhor, outros pior... - a desfavorável situação actual do nosso futebol.
Os dirigentes e a equipa técnica estão remetidos ao silêncio, certamente lidando com a situação o melhor que podem.
A equipa trabalha à porta fechada.
Não há notícias que nos permitam perspectivar o futuro...

O meu mundo está sombrio, tristonho. Sem sol...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O raio dos chineses, pá...



Recebi hoje um ficheiro PowerPoint, intitulado Grandes Pensadores, que vinha anexo a um e-mail enviado por um amigo, e que se referia a citações atribuídas a algumas personalidades.

De entre ela, uma, identificada como sendo um provérbio chinês, tocou-me intensamente. Dizia o seguinte:
Ama-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso
... O raio dos chineses, pá...

Amo-te, Benfica!!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

António Feio era benfiquista...

(António Feio, no relvado da Luz, ladeado pelo Carlos Lisboa e pelo Toni,
na apresentação da equipa aos sócios, na época passada)

O dia passou-se arrastadamente, à sombra da desilusão do jogo de ontem.
Nem a praia soube bem, nem o convívio com a família e os amigos fez desaparecer o semblante sombrio, fruto da tristeza do desaire da Madeira. É fatal. Sempre que o Benfica não ganha, o mundo perde cor, torna-se cinzento...
Às tantas, uma catadupa de imagens foi sucedendo na minha mente e, sem saber bem como, nem porquê, dei comigo a pensar que o António Feio era benfiquista. E, até, um benfiquista com presença mais ou menos assídua no estádio...
Num assomo incontido, recordo a mensagem (recordar aqui) que gravou para a ante-estreia e para a promoção do filme Contraluz, de Fernando Fragata, e retenho uma parte marcante do seu sentido discurso: "... aproveitem a vida, e ajudem-se uns aos outros..."

Aproveitar a vida, vivê-la com intensidade, é, também, no meu caso, viver a plenitude da minha paixão pelo Benfica. As paixões, como tudo na vida, têm momentos mais e menos fulgurantes. E, quando as coisas correm menos bem do que gostaríamos, temos que alimentar a paixão, manter acesa a chama. Por isso, o "ajudem-se uns aos outros...", do António Feio, acaba por se encaixar indubitavelmente neste puzzle que é a vida, desafiando a nossa capacidade de sermos solidários e de, em suma, fazer de todos um - E Pluribus Unum...
Nem mais. Justamente o lema do clube que nos enche o coração.
Obrigado, António Feio.
Só gostaria de poder ter a força que sempre tiveste ao longo da tua (curta) vida, mesmo quando a doença te debilitou fisicamente, e de manter a determinação, a boa disposição, o sentido de humor e o sorriso nos lábios que ficará, para sempre, como a tua imagem de marca. Terá, mesmo, sido isso que a morte encontrou no teu rosto, quando te levou do convívio - mas não da memória... - dos vivos.
Até sempre, António Feio. E muito obrigado, pela lição, pelo exemplo...

domingo, 22 de agosto de 2010

Que desilusão...

Não me lembro, nos últimos tempo, de nenhuma outra situação em que o Benfica tenha perdido quatro jogos consecutivos. Nem mesmo quando não tínhamos dinheiro para mandar cantar um cego, quando a nossa equipa era de qualidade paupérrima e andávamos posicionados pelo sexto lugar da classificação...
Infelizmente, lá bem no fundo, temia que este descalabro pudesse acontecer. A pré-época não deu as melhores indicações, e vejo os jogadores, técnicos e dirigentes, com uma atitude bem diferente da do ano passado. Menos aguerridos, pouco alegres, tensos e, mesmo, alguns deles, com ar contrafeito. Alguém tem que tomar as rédeas da situação. Não sei quem, porque não tenho relações internas que me permitam dar palpites. Mas que é urgente fazer algo, lá isso é.

Tinha escrito ontem que, esta noite, não esperava outra coisa que não fosse um jogo que honrasse a história do clube, que dignificasse o Manto Sagrado e que orgulhasse os benfiquistas. E, sinceramente, nos primeiros momentos até parecia que isso ia acontecer. Porém, por volta dos vinte minutos de jogo, já eu não tinha grandes expectativas acerca do mesmo. Poderia, até acontecer a vitória, mas começava a ficar claro que seria sempre um jogo pobrezinho.
E porquê? Porque se começavam a falhar muitos passes no meio campo, dando quase invariavelmente origem a jogadas de contra-ataque e permitndo ao adversário jogar mais no nosso meio campo. Porque se começava a ver que Cardozo ia estar a léguas do que seria desejável. Porque Gaitán, mau grado algum virtuosismo, também era praticamente ineficaz. Porque Roberto voltava a confirmar as indicações de grande insegurança e de falhas inadmissíveis. Porque Javi Garcia não se mostrava capaz de dominar a nossa área de defesa avançada. Porque Maxi Pereira e Rúben se atropelavam continuamente, sem perceberem onde deveria estar cada um, fosse a atacar, fosse a defender. Porque muitos jogadores se permitiam fazer faltas desnecessárias, especialmente nas imediações da nossa zona defensiva, acumulando alguns punições disciplinares e dando ocasião a lances de bola parada sempre potencialmente perigosos, atendendo ao conhecido facto de os nossos jogadores (todos, especialmente os defesas e Roberto...) chegarem quase sempre mais tarde do que os outros à bola. Enfim, porque se confirmavam as más indicações deixadas na pré-época. É verdade que aconteceu uma perdida incrível de Gaitán, de baliza aberta, e mais um ou outro lance de perigo, mas nada de realmente significativo.
Depois, na segunda parte, aconteceram duas fífias monumentais do Roberto e surgiu um Benfica sem capacidade de reagir à desvantagem. A excepção foi, como tem sido habitual, Fábio Coentrão e, a espaços, David Luís. Pela negativa destaco, em primeiríssimo plano, Roberto, bem como Cardozo, que esteve muitíssimo longe do expectável. Aliás, a equipa esteve quase toda muito desinspirada e complicativa, como aconteceu com Saviola (falhou imensos passes...), Aimar (sem conseguir pegar no jogo...), Rúben Amorim (que andou sempre perdido em campo, especialmente enquanto dividiu o corredor direito com Maxi Pereira...) ou Javi Garcia (falhas a defender, ausência a atacar...).
Jorge Jesus também não esteve ao melhor nível, embora eu possa imaginar o que lhe terá passado pela cabeça ao longo do jogo, com as incidências que se foram sucedendo. Parece-me que a equipa inicial dispensava, claramente, ou o Rúben Amorim ou o Maxi Pereira. Jogar com os dois é duplicar. Fez falta um flanqueador. E se Gaitán poderia jogar à direita (em minha opinião foi desse lado que esteve melhor), então poderia ter jogado o Aimar sobre a esquerda e entrar o C. Martins para o miolo, ou apostar no Wedon (rapido e com boa técnica) bem colado à lateral, mantendo Aimar no meio. A cereja no topo do bolo foi a entrada de Nuno Gomes!...
Já agora, abro um parêntesis para deixar uma sugestão: dêem oportunidade ao Mantorras de ir fazendo uns minutos. É que, sinceramente, ele é muito mais eficaz do que, por exemplo, o Nuno Gomes.

Enfim, foi uma desilusão muito grande. E como vai doer até esquecer...

PS - A propósito, também me doeu particularmente ver, no fim do jogo, alguns sorrisos de jogadores da nossa equipa. Decididamente, não sentem o Benfica nem com a décima parte da intensidade com que eu o sinto...

sábado, 21 de agosto de 2010

Este início de época vai mal...

Depois de uma pré-época com altos e baixos, eis que a entrada na época oficial não podia ter sido pior.
A programação da pré-época pareceu-me bastante desajustada, com compromissos muito em cima uns dos outros.
E, para mim, não há jogos a feijões. Todas as vezes que o Benfica entra em campo, seja para jogar com quem for, é para ganhar. Obrigatoriamente. Treinos, e afins, é à pora fechada, ou, se quiserem, dentro de portas. Quando o espectáculo é público, independentemente de quem quer que seja o adversário, ou das condições em que ocorra, só pode haver um supremo objectivo: ganhar. E, se possível, jogar bem e dominar completamente. O resto, para mim, é conversa!!!
Por isso, considero que a pré-época foi bem pouco positiva, para o que eram as obrigações do Benfica. As derrotas com o Sion e com o Tottenham, o empate com o Groningen, ou mesmo a vitória pouco convincente, sofrida e tangencial, com o Mónaco, na apresentação oficial aos sócios, deixaram-me alguns amargos de boca. O caso particular da derrota com o Tottenham ainda doeu mais, porque significou uma derrota em casa, a perda de um troféu e, quanto a mim, uma desfeita ao Rei Eusébio, em honra de quem jogávamos a partida.
Por outro lado, a época oficial começou com duas derrotas, qualquer delas com equipas ao nosso inteiro alcance. Para isso bastava que tivessse havido mais entrega, acerto, garra e atitude dos jogadores, e que não tivessem existido erros de casting e invenções tácticas, a nível técnico.
No Benfica, não pode haver lugar a descompressão, a desconcentrações, e não é permitido, sequer, ousar pensar em viver das glórias mais recentes. O Benfica, pelo menos para mim, é abnegação e devoção constantes.É luta e vitória incessantes.
Olhando a nossa história, vemos que o Benfica nem sempre teve melhores jogadores e melhores equipas do que os nossos adversários. Mas teve, sempre, muito mais garra, entrega e sede de vitória do que todos os outros juntos.
Por isso é o Benfica. Por isso é diferente. Por isso é o maior clube do mundo!!!

PS - Com o Nacional, na Madeira, não espero outra coisa que não seja um jogo que honre a história do clube, que dignifique o Manto Sagrado e que orgulhe os benfiquistas...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A minha pátria é o Benfica!...



Fernando Pessoa escreveu, num momento que considero absolutamente magistral, que a sua Pátria era a língua portuguesa. Não posso deixar de concordar com o poeta, reconhecendo que a língua portuguesa tem feito muito mais por Portugal - e por todos nós... - do que muitos outros pretensos protagonistas.
Mas, que não me levem a mal a franqueza: a minha Pátria é, simplesmente, o Benfica!!!
A minha Pátria é do tamanho do mundo...
Haverá outra forma mais bonita de ser cidadão do mundo do que ser benfiquista?...